Objetivo: Avaliar a confiabilidade e reprodutibilidade da correção da medida de ciclotorção estática (SCC), realizada com o excimer laser Schwind Amaris em pacientes submetidos a LASIK ou PRK, e comparar os resultados do tratamento de astigmatismo com e sem SCC. Método: Oitenta olhos (40 pacientes). Todos os olhos foram submetidos a 2 ou 3 séries de 5 medições: antes e após a colocação do espéculo, e depois do levantamento do flap (nos casos de LASIK). Foram avaliadas a reprodutibilidade, a precisão e a porcentagem de medições "não obtidas". O astigmatismo foi avaliado no pré-operatório e aos 3 meses de pós-operatório, por meio de análise vetorial. Resultados: A idade foi 23,67 ± 4,19 anos. O equivalente esférico e o astigmatismo pré-operatórios foram -2,56 ± 2,86 D, e 1,36 ± 0,98 D, respectivamente. O tempo de medição médio foi 15,1 segundos por medição; as porcentagens de medidas "não obtidas" foram: 63,8%, 14,9% e 26,9%; pré, pós-espéculo, e pós-levantamento do flap, respectivamente. Ciclotorção ≥±2º foi observada em 41,25% e 66 % dos casos pré e pós-levantamento do flap. Ciclotorção significativa (≥±5º) foi observada em 12,50% e 18% pré e pós-levantamento do flap. A média do astigmatismo diminuiu de 1,53D @ 1º para 0,34D @ 3º quando SCC foi usado e de 1,86D @ 1º a 0,23D @7º quando SCC não foi usado. O astigmatismo residual pós-operatório não foi estatisticamente diferente entre os grupos (p>0,05). O astigmatismo pós-operatório ≥1D foi observado em 10% e 20 % dos olhos com e sem SCC, respectivamente (p<0,01). Conclusão: A medição do SCC é fácil e útil, apesar de nem sempre ser possível nem viável. O astigmatismo pós-operatório apresentou menor variabilidade quando a SCC foi usada.
Keywords: Astigmatismo/fisiopatologia; Astigmatismo/cirurgia; Anormalidade torcional; Ceratomileuse assistida por excimer laser in situ; Postura; Ceratectomia fotorrefrativa/métodos; Acuidade visual