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Search for: Ambliopia; Índice de massa corporal; Vitamina B12; Ácido fólico; Humanos; Crianças; Adolescente
Abstract
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi avaliar os parâmetros da cabeça do nervo óptico e a espessura da camada interna da retina em crianças e adolescentes obesos.
MÉTODOS: Quarenta e um olhos de 41 participantes pediátricos obesos e 41 olhos de 41 controles saudáveis pareados por idade e sexo foram incluídos neste estudo. O índice de massa corporal foi calculado com base no sexo e na idade, utilizando medidas de peso e estatura corporal. Os valores de lipídios no sangue (colesterol, lipoproteína de baixa e alta densidade e triglicérides) foram medidos nos participantes obesos. A tomografia de coerência óptica foi usada para examinar os parâmetros da cabeça do nervo óptico, incluindo a área da borda, área do disco, razão escavação/disco, volume da escavação, espessura s camadas de fibra nervosa da retina e as camadas plexiformes internas das células ganglionares da mácula.
RESULTADOS: Os parâmetros do disco óptico foram semelhantes em crianças obesas e saudáveis (p>0,05). A porcentagem da simetria da espessura da camada de fibras nervosas da retina binocular foi significativamente diferente entre os grupos obesos e controle (p=0,003). Comparados ao grupo controle, os participantes do grupo obeso exibiram camadas mais finas de fibras nervosas da retina nos quadrantes superiores (p=0,04) e camadas plexiformes mais finas da célula ganglionar interna nos setores temporal superior (p=0,04). Não houve correlação significante entre os parâmetros oculares e os valores dos exames de sangue lipídico avaliados neste estudo (p>0,05). O índice de massa corporal foi significativamente correlacionado negativamente com a espessura média da camada de fibras nervosas da retina (r=-0,33, p=0,03) no grupo obeso. Não houve correlação significativa entre a pressão intraocular e o índice de massa corporal (r=0,05, p=0,74).
CONCLUSÃO: Comparadas às crianças saudáveis, as crianças obesas apresentaram maior assimetria binocular na espessura da camada de fibras nervosas da retina e fibras nervosas da retina mais finas e camadas plexiformes internas das células ganglionares em vários setores. Os níveis de lipídios no sangue não foram associados à espessura da retina ou aos parâmetros do disco óptico em crianças obesas.
Keywords: Células ganglionares da retina; Disco óptico; Fibras nervosas; Obesidade pediátrica; Adolescente; Índice de massa corporal
Abstract
Objetivo: Comparar as medidas de acuidade visual, espessura macular central e área de neovasos ativos na angiofluoresceinografia submetidos a panfotocoagulação retiniana padrão ETDRS associado a injeção intravítrea de ranibizumabe versus panfotocoagulação padrão PASCAL associado a injeção intravítrea de ranibizumabe versus somente injeção intravítrea de ranibizumabe em pacientes com retinopatia diabética proliferativa.
Métodos: Pacientes com retinopatia diabética proliferativa e virgens de tratamento, randomicamente divididos nas três diferentes terapias retinianas. Panfotocoagulação no grupo ETDRS em 2 sessões (semanas 0 e 2) e no grupo PASCAL, na semana 0. Injeção intravítrea de ranibizumabe realizado ao fim da primeira sessão de laser em ambos os grupos: ETDRS e PASCAL, e na semana 0 no grupo injeção intravítrea de ranibizumabe. Avaliações oftalmológicas, tomografia de coerência óptica e angiofluoesceinografia realizados na visita basal e a cada 4 semanas por 48 semanas.
Resultados: Trinta pacientes (n=40 olhos) completaram as 48 semanas de seguimento. Após o tratamento, a acuidade visual melhorou significantemente em todas a visitas no grupo injeção intravítrea de ranibizumabe (p<0,05); em todas exceto na semana 4 no grupo ETDRS, em todas exceto nas semanas 4 e 8 no grupo PASCAL. Redução significativa na espessura do subcampo central foi evidenciada no grupo PASCAL nas semanas 4, 8 e 48; somente na semana 48 no grupo injeção intravítrea de ranibizumabe, e em nenhuma visita no grupo ETDRS. Redução também na área de neovasos ativos em todas as visitas em todos os grupos. Não houve diferença significante entre os três grupos com relação a mudança media na medidas de acuidade visual, espessura macular central ou área de neovasos ativos da visita inicial para a semana 48.
Conclusões: Somente IVB ou este associado a panfotocoagulação ETDRS ou PASCAL, apresentaram efeitos semelhantes em relação a medidas de acuidade visual, espessura do subcampo central e área de neovasos ativos no decorrer de 48 semanas de seguimento.
Keywords: Retinopatia diabetica; Retina; Diabetes; Fator A de crescimento do endotélio vascular; Inibidorres da angiogenese/uso terapêutico; Ranibizumab/uso terapêutico; Panfotocoagulação; Acuidade visual
Abstract
OBJETIVO: Avaliar a relação entre alterações na hipermetropia e o alinhamento ocular em pacientes com esotropia acomodativa.
MÉTODOS: Foram analisados retrospectivamente prontuários médicos de pacientes consecutivos diagnosticados com esotropia acomodativa refrativa (com esotropia eliminada ou reduzida a menos de 10 D com correção completa da hipermetropia). As medidas de refração em cicloplegia obtidas dos prontuários foram convertidas em equivalentes esféricos. Avaliaram-se ainda a presença de ambliopia, alterações do erro refrativo e o alinhamento ocular à admissão e depois do período de acompanhamento.
RESULTADOS: Setenta pacientes (média de idade=6,01 ± 5,41 anos, 60,6% do sexo feminino, acompanhamento médio de 5,8 ± 3 anos) apresentaram esotropia de 40 ± 20 dioptrias prismáticas (DP) para perto à admissão. A diminuição média anual no desvio para perto e para longe com o uso de óculos foi de 1,71 ± 3,96 DP/ano e 1,09 ± 3,25 DP/ano, respectivamente. Os desvios miópicos totais dos olhos direito e esquerdo foram de 1,08 ± 1,35 D e 1,20 ± 1,40 D, respectivamente. Os desvios miópicos anuais foram de 0,22 D/ano e 0,26 D/ano para os olhos direito e esquerdo, respectivamente. A correlação entre a taxa de desvio miópico e a taxa de alteração do desvio para perto corrigido foi fraca. A correlação da taxa de desvio miópico não foi alta para os olhos direito e esquerdo (r=0,18, p=0,15).
CONCLUSÃO: A quantidade de desvio e a hipermetropia diminuem gradualmente na esotropia acomodativa durante o acompanhamento. Por outro lado, pode não ser apropriado garantir aos pacientes que o desvio diminuirá em paralelo ao erro refrativo.
Keywords: Ambliopia; Acomodação ocular; Esotropia; Refração ocular
Abstract
OBJETIVO: Determinar o papel do receptor da vitamina D na patogênese do pterígio. Os níveis de expressão do receptor da vitamina D no tecido do pterígio, os níveis sanguíneos de vitamina D e a frequência de alguns polimorfismos do gene do receptor da vitamina D (BsmI, FokI e TaqI) foram comparados entre pacientes com pterígio e participantes saudáveis.
MÉTODOS: Foram incluídos pacientes com pterígio (n=50) e voluntários saudáveis (n=50). Os níveis séricos de vitamina D foram medidos em ambos os grupos. Foi feita uma coloração imuno-histoquímica para o receptor da vitamina D em cortes obtidos do pterígio e dos tecidos conjuntivais saudáveis adjacentes dos mesmos indivíduos. A existência de polimorfismos do receptor da vitamina D (BsmI, FokI e TaqI) no genoma foi analisada em DNA obtido do sangue venoso dos participantes, usando métodos de Polymerase chain reaction (PCR) e RFLP.
RESULTADOS: Não foi observada nenhuma diferença entre os níveis séricos de vitamina D dos pacientes com pterígio e os dos controles saudáveis. Entretanto, a expressão tissular do receptor da vitamina D foi maior nas células endoteliais dos microvasos do pterígio (p=0,002), nas células estromais sub-epiteliais (p=0,04) e nas células inflamatórias intravasculares (p=0,0001), quando comparada à expressão no tecido conjuntival saudável adjacente. Além disso, embora o haplótipo BBtt tenha sido duas vezes mais frequente, o haplótipo bbTt foi 2,5 vezes menos frequente e o haplótipo BbTT foi 2,25 vezes menos frequente no grupo de controle do que no grupo com pterígio (p<0,001).
CONCLUSÕES: Os níveis séricos de vitamina D não apresentaram diferenças entre o grupo de pessoas saudáveis e o com pterígio. A expressão do receptor da vitamina D mostrou-se maior no grupo com pterígio do que no tecido saudável adjacente. Entretanto, a análise dos polimorfismos do receptor da vitamina D nos pacientes com pterígio não revelou qualquer diferença significativa nos polimorfismos BsmI, FokI ou TaqI em comparação com os voluntários saudáveis.
Keywords: Pterígio; Vitamina D; Polimorfismo genético; Imuno- histoquímica
Abstract
Objetivo: A degeneração macular relacionada à idade é a causa mais comum de cegueira em países desenvolvidos e muitos fatores etiológicos têm-lhe sido atribuídos. O objetivo do presente estudo foi investigar a relação entre os níveis séricos de vitamina D e a degeneração macular relacionada à idade.
Métodos: Os dados de 114 pacientes com degeneração macular relacionada à idade foram analisados retrospectivamente. Foram alocados no Grupo Controle 102 pacientes sem registro de outras doenças além do erro refrativo. A acuidade visual melhor corrigida, os achados do exame de fundo de olho e os da tomografia de coerência óptica de domínio espectral foram analisados. Os pacientes foram alocados em grupos de acordo com a classificação do Age-Related Eye Disease Study (Estudo da Doença Ocular Relacionada à Idade). Os níveis séricos de vitamina D 25(OH) foram medidos. A espessura foveal central e a espessura da coroide subfoveal foram medidas com tomografia de coerência óptica.
Resultados: Os níveis de vitamina D 25(OH) em pacientes com degeneração macular relacionada à idade e em indivíduos saudáveis pareados por idade e sexo foram 14,6 ± 9,8 ng/mL e 29,14 ± 15,1 ng/mL, respectivamente. Os níveis de vitamina D foram significativamente menores no Grupo da Degeneração Macular relacionada à idade em comparação com o Grupo Controle (p>0,001). O valor da espessura da coroide subfoveal foi menor em pacientes com degeneração macular relacionada à idade (p>0,001). Foi encontrada uma fraca correlação positiva entre o nível de vitamina D 25(OH) e a espessura da coroide (r=0,357, p=0,01). O nível de vitamina D 25(OH), quando avaliado de acordo com os estágios da degeneração macular relacionada à idade, revelou ser menor na doença em estágio avançado (p=0,01). Constatou-se um risco aumentado de desenvolvimento de membrana neovascular da coroide e de fibrose sub-retiniana com a diminuição dos níveis de vitamina D.
Conclusões: A diminuição significativa dos níveis de vitamina D 25(OH) na degeneração macular relacionada à idade em estágio avançado sugere a presença de uma correlação significativa entre a deficiência de vitamina D e o desenvolvimento dessa patologia. Mais estudos são necessários para investigar se a suplementação de vitamina D tem ou não influência no desenvolvimento e progressão da degeneração macular relacionada à idade.
Keywords: Membrana neovascular da coroide; Degeneração macular; Tomografia de coerência óptica; Fibrose; Retina; Vitamina D; Deficiência de vitamina D
Abstract
Objetivo: Identificar tendências no campo de pesquisa da orbitopatia de Graves nas últimas duas décadas e analisar os ramos de maior concentração de pesquisas nessa área.
Métodos: O banco de dados Web of Science foi usado para extrair artigos com “orbitopatia de Graves” ou seus sinônimos no título. Dados completos e referências foram exportados para o programa VOSviewer para serem analisados. Mapas e gráficos de visualização foram construídos a partir desses dados.
Resultados: Foram obtidos 1067 artigos sobre a orbitopatia de Graves a partir do banco de dados Web of Science. Os EUA ficaram em primeiro lugar em termos de número de publicações, seguidos pela Itália e pela República Popular da China. Dentre os autores, os artigos de Wiersinga WM tiveram o maior número de citações. Quanto às instituições, os artigos da Universidade de Amsterdã tiveram o maior número de citações, mas a Universidade de Pisa publicou o maior número de artigos. Dentre os periódicos, a revista Thyroid publicou o maior número de artigos. A análise de coautoria mostrou quatro agrupamentos de colaboração entre países. O primeiro agrupamento engloba países europeus; o segundo engloba os EUA, Brasil, Canadá, Coreia do Sul e Taiwan. A República Popular da China compreende um agrupamento por si só. O quarto agrupamento inclui Japão, Austrália e Polônia. A análise das palavras-chave revelou cinco agrupamentos de tópicos de palavras-chave: patogênese, gerenciamento, associação, qualidade de vida e cirurgia. A análise das referências citadas em conjunto revelou cinco agrupamentos: patogênese, manejo, fatores de risco, avaliação clínica e manejo cirúrgico.
Conclusão: A pesquisa no campo da orbitopatia de Graves cresceu nos últimos vinte anos. Os tópicos com a maior concentração de pesquisas são: patogênese, gerenciamento, fatores de risco, qualidade de vida e complicações. As tendências de pesquisa mudaram nas últimas duas décadas. Ficou evidente um aumento do interesse em explorar os mecanismos e associações da orbitopatia de Graves. Observou-se uma cooperação entre países europeus neste campo de pesquisa. Os EUA estabeleceram uma cooperação internacional mais ampla que outros países. Acreditamos que mais colaboração internacional envolvendo países em desenvolvimento seria recomendável.
Keywords: Oftalmopatia de Graves; Bibliometria; Oftalmopatia de Graves; Pesquisa
Abstract
Objetivos: Blefaroptose e estrabismo podem ser coexistentes em adultos e ambos afetam a aparência estética e o domínio psicossocial. Ambos também geralmente requerem cirurgia, realizada tradicionalmente em uma abordagem sequencial. O objetivo do presente estudo foi avaliar a eficácia da execução simultânea da ressecção musculoconjuntival de Müller, com ou sem cirurgia de tarsectomia, e da cirurgia de estrabismo em pacientes adultos com ptose e estrabismo coexistentes.
Métodos: Foram retrospectivamente avaliados pacientes com ptose e estrabismo coexistentes submetidos simultaneamente à ressecção musculoconjuntival de Müller, com ou sem tarsectomia, e à cirurgia de estrabismo horizontal. A análise incluiu a mensuração do ângulo de desvio das dioptrias de prisma, a distância do reflexo à margem, a assimetria da altura palpebral e quaisquer complicações após a cirurgia. A ressecção musculoconjuntival de Müller, com ou sem sucesso na tarsectomia, foi considerada bem-sucedida com uma distância reflexo-margem medindo entre 3,5 e 5 mm, e uma diferença entre as duas pálpebras superiores menor que 1 mm. O sucesso da cirurgia de estrabismo foi definido como um alinhamento com ± 10 dioptrias prismáticas de ortotropia.
Resultados: Os pacientes foram 3 mulheres e 5 homens, com média de idade de 37,12 anos (faixa de 22 a 62 anos). A parte de estrabismo da cirurgia foi realizada primeiro em todos os pacientes. Os resultados da simetria palpebral superior foram avaliados como perfeitos (<0,5 mm) em 4 pacientes, bons (≥0,5 mm, <1 mm) em 4 pacientes e regulares (≥1 mm) em nenhum. A ressecção musculoconjuntival de Müller, com ou sem sucesso na tarsectomia, teve sucesso em 6 dos 8 pacientes (75%) e a intervenção para o estrabismo foi bem-sucedida em todos os pacientes. Não foi necessária cirurgia de revisão da pálpebra ou do estrabismo após a cirurgia simultânea em nenhum paciente.
Conclusões: A ressecção musculoconjuntival de Müller, com ou sem tarsectomia, pode ser combinada com a cirurgia de estrabismo em uma abordagem alternativa para pacientes com ptose e estrabismo coexistentes.
Keywords: Blefaroptose/cirurgia; Ambliopia; Estrabismo/cirurgia; Músculos oculomotores/cirurgia; Pálpebras; Procedimentos cirúrgicos oftalmológicos/métodos
Abstract
Objetivo: Avaliar o desempenho clínico do Spot Vision Screener e estabelecer correlações clínicas entre a triagem automatizada e a retinoscopia após indução de cicloplegia em crianças pré-verbais.
Métodos: Neste estudo transversal prospectivo, crianças de 6 a 36 meses foram avaliadas usando o Spot Vision Screener. O exame oftalmológico completo, incluindo refração cicloplégica, foi então realizado, seguido de repetição da triagem automatizada e retinoscopia em todos os casos, a fim de estabelecer correlações quanto à hipermetropia, miopia e astigmatismo após a indução de cicloplegia.
Resultados: O estudo incluiu 185 crianças. A sensibilidade do dispositivo de triagem automática após cicloplegia foi de 100% (IC 95%: 85,18-100%) e a especificidade foi de 87,04% (IC 95%: 80,87-91,79%). Os valores preditivos positivos e negativos foram de 52,27% (42,36 - 62,01%) e 100%, respectivamente. Em comparação com a retinoscopia, o Spot Vision Screener superestimou os valores esféricos em 0,62 D (IC 95%: 0,56 - 0,69) no olho direito e em 0,60 (IC 95%: 0,54 - 0,66) no olho esquerdo e os valores cilíndricos em -0,38 D (IC 95%: -0,42 a -0,33) no olho direito e por -0,39 D (IC 95%: -0,43 a -0,34) no olho esquerdo. A diferença para os valores esféricos e cilíndricos de forma geral foi de 0,61 D (IC 95%: 0,57 - 0,65) e -0,38 D (IC 95%: -0,41 a -0,35), respectivamente.
Conclusão: Foi encontrada correlação substancial entre a retinoscopia e os dados objetivos captados pelo dispositivo. Isso mostra que a tecnologia pode ser usada em conjunto, contribuindo para um diagnóstico mais preciso e identificando os fatores de risco de ambliopia o mais precocemente possível. A técnica automatizada pode fazer a diferença em nível populacional para triagem e intervenção precoce.
Keywords: Erros de refração; Ambliopia; Estrabismo; Refratometria; Retinoscopia
Abstract
Objetivo: Avaliar a pressão intraocular e as alterações da amplitude do pulso ocular em crianças e adolescentes obesos, usando tonometria de contorno dinâmico.
Métodos: Um total de 137 casos, sendo 64 crianças obesas e 73 crianças saudáveis, pareadas por idade e sexo, compôs a população estudada neste estudo transversal. Crianças com valores de índice de massa corporal superior ao percentil de 95% para seu sexo e idade foram consideradas obesas. Os participantes foram submetidos a exames oftalmológicos detalhados, incluindo a medição da pressão intraocular com um tonômetro de contorno dinâmico Pascal. As relações entre a pressão intraocular e as medidas da amplitude do pulso ocular com a idade, sexo, obesidade, estado puberal e resistência à insulina foram investigadas.
Resultados: A amplitude do pulso ocular bilateral foi menor no grupo obeso do que no grupo controle saudável (p<0,001), enquanto a pressão intraocular foi maior (p<0,001). Não foi observada nenhuma relação significativa entre a resistência à insulina e a pressão intraocular ou a amplitude de pulso ocular (p>0,005). Não foi determinada nenhuma correlação entre a pressão arterial sistólica e diastólica, a avaliação do modelo de homeostase para resistência à insulina ou os níveis de lipídios sanguíneos e a pressão intraocular e a amplitude de pulso ocular.
Conclusão: Os resultados mostraram que a obesidade causou um aumento da pressão intraocular e uma diminuição da amplitude do pulso ocular em crianças e adolescentes, independentemente da resistência à insulina. São necessários agora estudos prospectivos envolvendo o seguimento de longo prazo dos casos, para avaliar os prováveis efeitos adversos desses achados oculares observados em crianças obesas.
Keywords: Tanometria ocular; Pressão intraocular; Obesidade; Criança; Adolescente.
Abstract
Objetivo: Avaliar a acuidade visual através de potenciais evocados visuais de varredura em crianças saudáveis e ambliópicas, comparando-a com a acuidade visual pelo teste de Snellen.
Métodos: Foram incluídas no estudo 160 crianças com idades entre 6 e 17 anos. Desse total, 104 crianças (65%) estavam entre 7 e 17 anos de idade, eram capazes de comunicação verbal e não tinham nenhuma patologia ocular ou sistêmica (Grupo 1). O grupo 2 incluiu 56 crianças verbais (35%) com idades entre 6 e 17 anos e portadoras de estrabismo ou ambliopia anisometrópica, com a melhor acuidade visual corrigida entre 0,1 e 0,8. Todos os pacientes foram submetidos a um exame oftalmológico detalhado e a uma medição do potencial evocado visual por varredura. Registraram-se as características demográficas, os achados oculares, a melhor acuidade visual corrigida e os resultados do potencial evocado visual por varredura.
Resultados: No Grupo 1, os valores médios e máximos da acuidade visual pelo potencial evocado visual por varredura mostraram-se menores que a melhor acuidade visual corrigida medida através do teste de Snellen (p<0,001 para ambas as medições). Uma análise de Bland-Altman revelou que no grupo 1, a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e a média do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,11 logMAR, enquanto a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e o valor máximo do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,023 logMAR. No Grupo 2, os valores médio e máximo do potencial evocado visual por varredura mostraram-se menores que a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen (respectivamente, p<0,001 e p=0,009). A análise de Bland-Altman revelou que a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e a média do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,16 logMAR, enquanto a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e o valor máximo do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,19 logMAR.
Conclusões: As medidas da acuidade visual através do potencial evocado visual por varredura mostram resultados comparáveis às medidas da acuidade visual pelo teste de Snellen. Essa técnica é um método objetivo e confiável de se avaliar a acuidade visual em crianças.
Keywords: Ambliopia; Acuidade visual; Potenciais evocados visuais; Testes visuais; Humanos; Criança; Adolescente.
Abstract
Objetivo: Avaliar a prática e tratamento da ptose da pálpebra superior por membros das sociedades latino-americanas e espanhola de Cirurgia Plástica Ocular.
Métodos: Os membros das referidas sociedades foram convidados por e-mail para responder a um questionário eletrônico garantindo o anonimato. O questionário constou de dados demográficos do cirurgião e outras quatro seções: avaliação pré-operatória da ptose da pálpebra superior, preferências cirúrgicas, conduta pós-operatória e complicações. Estatística descritiva foi utilizada para análise da frequência e proporções percentuais.
Resultados: Trezentos e cinquenta e quatro experientes cirurgiões oculoplásticos dos quais 47,7% realizam mais de 20 cirurgias de ptose da pálpebra superior por ano responderam ao questionário. Na avaliação pré-operatória, 68,9% realizam testes para olho seco, mas o teste da fenilefrina é feito por menos da metade dos entrevistados (47,4%). A ptose da pálpebra superior leve geralmente é corrigida por conjuntivo-mullerectomia (43,6%), a ptose da pálpebra superior grave por cirurgia do músculo frontal (57%) ou ressecção da aponeurose do levantador via anterior, principalmente usando a supramáxima (17,5%). O principal motivo para operar a ptose congênita grave é o risco de ambliopia (37,3%). A ptose involucional associada à dermatocálase costuma ser corrigida pela via anterior (63,3%). Hipocorreção é complicação comum após a ressecção da aponeurose do levantador (40%) ou suspensão ao frontal (27,5%).
Conclusões: As práticas atuais dos cirurgiões oculoplásticos espanhóis e latino-americanos para diagnóstico e tratamento de ptose da pálpebra superior foram relatadas. Os dados apresentados podem ser usados para comparar a abordagem dos cirurgiões com a de seus pares.
Keywords: Blefaroptose/diagnóstico; Ambliopia; Fenillefrina; Inquéritos e questionários; Demografia; Cirurgiões.
Abstract
Objetivo: Identificar parâmetros tomográficos de normalidade em córneas de crianças e adolescentes sem a presença de atopias sistêmicas e alergias oculares.
Métodos: Este estudo descritivo transversal avaliou pacientes com idade entre 8 e 16 anos que foram submetidos a exame biomicroscópico completo por lâmpada de fenda e avaliação tomográfica da córnea por tomógrafo dual Scheimpflug, excluindo pacientes com doença ocular (incluindo conjuntivite alérgica) ou prick test positivo para atopias sistêmicas.
Resultados: Cento e setenta pacientes foram avaliados e após cumpridos os critérios de exclusão, 34 (68 olhos) foram analisados. A média etária da amostra foi 10,76 ± 2,31 anos; 19 (55,9%) eram meninos e 15 (44,1%) meninas. A média da ceratometria em dioptrias (D) no meridiano mais plano (Kflat), mais curvo (Ksteep) e máxima (Kmax) foram 42,37 ± 1,63D, 43,53 ± 1,65D e 43,90 ± 1,73D, respectivamente. Os valores médios da asfericidade corneana (ε2) e do ponto mais fino da córnea foram 0,28 ± 0,11 e 550,20 ± 37,90 micras (μm). A assimetria corneana inferior-superior (I-S) e coma foi em média 0,74 ± 0,59D e 0,28 ± 0,12D, respectivamente.
Conclusão: O conhecimento dos valores médios e sua variação de parâmetros tomográficos da córnea em crianças e adolescentes sem atopias sistêmicas ou alergias oculares pode ser útil para o diagnóstico precoce do ceratocone e o seu tratamento em estágio inicial.
Keywords: Córnea; Topografia corneana; Astigmatismo; Conjuntivite alérgica; Tomografia; Ceratocone/diagnóstico; Humanos; Criança; Adolescente.
Abstract
PURPOSE: We aimed to evaluate retinal nerve fiber and choroidal layer alterations in adolescents with anorexia nervosa using spectral-domain optical coherence tomography.
METHODS: Thirty patients with anorexia nervosa and 30 healthy adolescents aged 12-18 years were included in this study. Their age, sex, body mass index, anorexia nervosa type, disease duration, and spectral-domain optical coherence tomography data were recorded.
RESULTS: Central macular thickness and retinal nerve fiber layer thickness in the temporal and inferior regions were significantly lesser in patients with anorexia than in healthy controls (p<0.05). Moreover, significant choroidal thinning around the foveal and subfoveal regions in patients with anorexia was observed (p<0.05). In addition, a statistically significant relation between the increase in disease duration and the thinning of the inferior retinal nerve fiber layer was detected (p<0.05).
CONCLUSION: The retinal nerve fiber layer and choroidal layer thicknesses were lesser in patients with anorexia than in healthy controls. Screening for retinal indices might prevent the development of irreversible retinal pathologies in adolescents with anorexia nervosa. In addition, thinning of the retinal nerve fiber and choroidal layers could reflect structural or functional changes in the brain of adolescents with anorexia nervosa.
Keywords: Tomography; Optical coherence; Nerve fibers; Choroid; Adolescents
Abstract
PURPOSE: This study aimed to investigate the correlation between serum vitamin D levels and disease activity in patients with noninfectious uveitis.
METHODS: We conducted a prospective case-control study, assessing 51 patients with noninfectious uveitis, categorized into active (n=22) and inactive (n=29) groups, along with 51 healthy controls. Serum 25-hydroxy vitamin D [25(OH)D] levels were measured. The uveitis group also completed a questionnaire regarding sunlight exposure habits and vitamin D supplementation.
RESULTS: Patients with inflammation-related uveitis exhibited low serum 25(OH)D levels in 68% of cases. The median 25(OH)D level in patients with active uveitis was 17.8 ng/mL (interquartile range [IQR], 15-21 ng/mL), significantly lower compared to the 31.7 ng/mL (IQR, 25-39 ng/mL) in patients with inactive uveitis (p<0.001) and the 27 ng/mL (IQR, 23-31 ng/mL) in the Control Group (p<0.001). Significantly, nearly all patients with uveitis taking vitamin D supplementation were in the Inactive Group (p<0.005). Moreover, reduced sunlight exposure was associated with active uveitis (p<0.003). Furthermore, patients with 25(OH)D levels below 20 ng/mL had ten times higher odds of developing active uveitis (p=0.001).
CONCLUSIONS: This study revealed a prevalent 25(OH)D deficiency among patients with noninfectious uveitis and suggested a link between low 25(OH)D levels and disease activity. To prevent future episodes of intraocular inflammation, vitamin D supplementation and controlled sunlight exposure could be viable options.
Keywords: Vitamin D; 25-hydroxyvitamin D; Uveitis; Vitamin D deficiency; Immunity; Eye/immunology
Abstract
PURPOSE: To describe the epidemiological and clinical profile of hospitalized patients with retinoblastoma in Brazil.
METHODS: Using data from the Hospital Cancer Registry of the , patients with the morphological codes of retinoblastoma who were diagnosed between 2000 to 2018, aged 0–19 years, and followed up in registered hospitals (analytical cases) were selected. The relative and absolute frequencies of demographic, clinical, diagnostic, therapeutic, and outcome variables were described. Hospital performance indicators were calculated and compared between hospitals qualified and not qualified to treat pediatric oncology cases and between hospitals with different case volumes (<20, 20–75, >75 cases).
RESULTS: Of the 2,269 identified analytical cases from 86 institutions, 48% were from the Southeast, 54% were male, and 66% were aged <4 years. The proportion of missing data (NA) was too high for several variables. Approximately 84% of the patients were from the public health system, 40% had a positive family history, and 88% had unilateral involvement. The first treatment included surgery in 58.3% of the patients (NA=2), Approximately 36.6% of these patients achieved complete remission, 10.8% achieved partial remission, and 12.7% died (NA=59%). Hospital performance indicators were within the target in >90% of the patients. The median time between the first appointment and diagnosis (6 days, interquartile range [IQR] 1–14) was significantly lower and the median time to death was longer (343 days, IQR, 212-539) in high-volume hospitals (>75 cases) than in medium- and low-volume hospitals.
CONCLUSIONS: Despite the high proportion of missing data, we found that the delay in diagnosis is due to prehospital factors. Additionally, there is a need for educational programs for healthcare professionals and families that emphasize early identification and referral to specialized centers. Future studies should focus on the impact of Hospital Cancer Registry data completeness on outcomes, causes of delay in diagnosis, regional inequalities, and barriers to accessing specialized services.
Keywords: Retinoblastoma/diagnosis; Retinoblastoma/epidemiology; Patient care; Humans; Children; Adolescents; Brazil.
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