Showing of 1 until 14 from 18 result(s)
Search for: Acne rosácea; Testes visuais; Análise custo-benefício; Doenças palpebrais; Glândulas meibomianas
Abstract
OBJETIVOS: Verificar a influência do campo visual e/ou tomografia de coerência óptica, quando analisados em associação à retinografia colorida, na diferenciação entre indivíduos com glaucoma daqueles com aumento fisiológico de escavação.
MÉTODOS: Oitenta pacientes com glaucoma ou aumento fisiológico de escavação (40 cada) foram randomizados de acordo com o exame testado (GI: retinografia colorida, GII: retinografia colorida + campo visual, GIII: retinografia colorida + tomografia de coerência óptica, GIV: retinografia colorida + campo visual + tomografia de coerência óptica). Vinte oftalmologistas não especialistas em glaucoma diagnosticaram glaucoma através de slides do PowerPoint, sem o exame direto do paciente.
RESULTADOS: A concordância interexaminador foi boa para o GII (ĸ: 0,63; 95%CI, 0,53-0,72), moderada para GIII (ĸ: 0,58; 95%CI, 0,48-0,68) e GIV (ĸ: 0,41; 95%CI, 0,31-0,51), e baixa para o GI (ĸ: 0,30; 95%CI, 0,20-0,39) (p<0,001). Acurácia diagnostica foi maior no GIII (15,8 ± 1,82) em comparação ao GI (12,95 ± 1,46, p<0,001) e o GII (16,25 ± 2,02) maior em comparação ao GI e GIV (14,10 ± 2,24) (para ambos, p<0,001). Para os pacientes com glaucoma, a acurácia diagnostica nos grupos GII e GIII foi superior do que em GI e GIV (ambos p<0,001). Sensibilidade e especificidade foram 59% e 70,5% no GI; 86,5% e 76% no GII, 86,5% e 71,5% no GIII; 68,5% e 72,5% no GIV, respectivamente. A acurácia foi maior no GII (81,3% [95%CI, 77,1-84,8]), seguido pelo GIII (79% [95%CI, 74,7-82,7]), GIV (70,5% [95%CI, 65,9-74,8]), e GI (64,8% [95%CI, 60,0-69,3]).
CONCLUSÕES: A avaliação isolada da retinografia colorida por oftalmologistas não especialistas em glaucoma não pode diferenciar pacientes com glaucoma daqueles com aumento fisiológico de escavação. Houve aumento da acurácia diagnóstica e da concordância interobservador com o acréscimo do campo visual ou da tomografia de coerência óptica. Entretanto, o uso de ambas as modalidades não melhorou a sensibilidade/especificadade.
Keywords: Glaucoma; Tomografia de coerência óptica; Testes de campo visual; Disco óptico; Variações dependentes do observador
Abstract
O treinamento de biofeedback por microperimetria é um método de reabilitação da visão que envolve treinamento de atenção, controle oculomotor e reabilitação do locus preferencial de fixação da retina. Esse treinamento pode melhorar significativamente a acuidade visual para longe e perto na degeneração macular relacionada à idade. Estudos anteriores mostraram que o treinamento de biofeedback usando a nistagmografia elétrica pode reduzir a amplitude do nistagmo e aumentar o período de foveação. Entretanto, os resultados não se mantiveram após o término das sessões. Aqui é relatado um caso de tratamento com biofeedback por microperimetria para melhorar a acuidade visual e a estabilidade de fixação em uma criança de 11 anos de idade. O treinamento teve impacto benéfico e afetou positivamente a estabilidade da fixação e a visão para longe, para perto e de leitura. Subjetivamente, foi relatada melhoria da qualidade de vida. Em contraste com estudos anteriores, os efeitos positivos foram mantidos até 12 meses após a terapia. Até onde sabemos, este é o primeiro caso na literatura que relata benefícios de longo prazo.
Keywords: Nistagmo patológico/reabilitação; locus retiniano preferencial; Baixa visão; Testes de campo visual
Abstract
OBJETIVO: Avaliar comparativamente o limiar de sensibilidade macular da microperimetria e a estabilidade de fixação entre o primeiro (direito) e o segundo (esquerdo) olhos testados de indivíduos normais.
MÉTODOS: Trinta pacientes saudáveis foram divididos aleatoriamente em 2 grupos. Os participantes foram submetidos à microperimetria no “fast mode” e no “expert mode” no grupo I e II, respectivamente. Cada participante foi submetido a um único teste e o olho direito foi testado primeiro.
RESULTADOS: No grupo I, o limiar médio de sensibilidade macular (± DP) foi de 24,5 ± 2,3 dB e 25,7 ± 1,1 dB nos olhos direito e esquerdo, respectivamente (p=0,0415). No grupo II foi de 26,7 ± 4,5 dB e 27,3 ± 4,0 dB nos olhos direito e esquerdo, respectivamente (p=0,58). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os olhos dos dois grupos (p=0,1512). Em relação à estabilidade de fixação (avaliada no grupo microperimetria no “expert mode”), a média das porcentagens dos pontos de fixação dentro do 1 grau central da mácula (P1) ± DP foi de 87,9 ± 11,5% no olho direito e de 93,8 ± 6,6% no olho esquerdo. O teste t pareado não mostrou diferença estatística entre os olhos (p=0,140). O valor médio de P2 ± DP foi de 95,5 ± 4,9% no olho direito e 98,5 ± 2,1% no olho esquerdo. Foi demonstrado um aumento na porcentagem de pontos de fixação no segundo olho testado quando comparado ao primeiro (teste t pareado= 2,364; p=0,034). Houve correlação negativa entre o limiar de sensibilidade macular do olho direito e a duração do exame nos dois grupos (microperimetria no “expert mode”: r=-0,717; p=0,0026; microperimetria no “fast mode”: r=-0,843; p <0,0001).
CONCLUSÃO: O limiar médio de sensibilidade macular foi maior no segundo olho testado no grupo microperimetria no “fast mode” e foi semelhante nos dois olhos no “expert mode”. Nossos dados sugerem que a compreensão do exame pelo indivíduo pode impactar nos resultados da microperimetria.
Keywords: Macula lutea; Fixação ocular; Viés; Campos visuais; Acuidade visual
Abstract
Objetivo: A Escala Bayley de Desenvolvimento Infantil (Bayley-III) é uma ferramenta que avalia o desenvolvimento de crianças nos 3 primeiros anos de vida, incluindo os domínios cognitivo e motor. Este estudo tem como objetivo correlacionar a acuidade visual de grades e a funcionalidade visual em crianças saudáveis usando a Bayley-III.
Métodos: A acuidade visual binocular de grades foi medida usando o teste dos Cartões de Acuidade de Teller seguido pela Bayley-III em crianças saudáveis com idade entre 1-42 meses. Os escores da acuidade visual (logMAR) e da Bayley-III para habilidades cognitivas e motoras (grossa e fina) foram comparados.
Resultados: Um grupo de 40 crianças (20 meninos) com idades entre 1,2-42,1 meses foi testado e a média da acuidade visual foi de 0,39 ± 0,27 logMAR, sendo que todas estavam dentro dos limites normais para a idade. Houve uma forte correlação negativa e significante entre acuidade visual e idade (r=-0,83; p<0,001). A média do escore cognitivo foi de 49,92 ± 18,93 pontos, com forte correlação positiva e significante entre o escore cognitivo e a idade (r=0,81; p<0,001). A média do escore motor grosso foi de 41,72 ± 16,23 pontos, com forte correlação positiva e significante entre o escore motor grosso e a idade (r=0,75; p<0,001). A média do escore motor fino foi de 39,75 ± 14,63 pontos, com uma forte correlação positiva e significante entre o escore motor fino e a idade (r=0,77; p<0,001). A regressão linear múltipla mostrou que maior idade e melhor acuidade visual foram significantemente associadas à escores cognitivo e motor mais altos.
Conclusões: Neste estudo foi encontrada alta correlação entre a acuidade visual de grades medida pelos cartões de acuidade de Teller e os escores cogninitivo e motor medidos pela Bayley-III em crianças saudáveis. A Bayley-III pode ser uma ferramenta útil para avaliar a repercussão da deficiência visual no desenvolvimento cognitivo e motor de crianças.
Keywords: Desenvolvimento infantil; Acuidade visual; Cognição; Destreza motora; Transtornos da visão; Testes neuropsicológicos; Criança
Abstract
Objetivo: Fornecer orientações sobre a frequência e os componentes dos exames oftalmológicos para crianças saudáveis de 0 a 5 anos.
Métodos: Essas diretrizes foram desenvolvidas com base em revisão bibliográfica e experiência clínica de um comitê de especialistas. Foram realizadas buscas PubMed/Medline; documentos selecionados não se restringiram a revisões sistemáticas, ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais. Quando adequado, o perfil GRADE foi aplicado para graduá-los e o consenso de especialistas foi usado nos tópicos sem evidência científica. Também foram revisadas as recomendações pela Academia Americana de Pediatria, Associação Americana de Oftalmologia Pediátrica e Estrabismo, Academia Americana de Oftalmologia, Royal College of Ophthalmologist e Sociedade Canadense de Oftalmologia. O documento final foi aprovado pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e Sociedade Brasileira de Pediatria.
Resultados: Os recém-nascidos devem ser submetidos ao teste do reflexo vermelho e inspeção dos olhos e anexos pelo pediatra dentro de 72 horas de vida ou antes da alta da maternidade. O teste do reflexo vermelho deve ser repetido pelo pediatra durante as consultas de puericultura pelo menos três vezes ao ano durante os primeiros 3 anos de vida. Se factível, um exame oftalmológico completo pode ser feito entre 6 a 12 meses de vida. Até os 36 meses de idade, os marcos visuais, função visual apropriada para a idade, fixação e alinhamento ocular também devem ser avaliados pelo pediatra ou médico da família. Pelo menos um exame oftalmológico completo deve ser realizados entre 3 e 5 anos de idade. O exame deve conter pelo menos inspeção dos olhos e anexos, avaliação da função visual apropriada para a idade, avaliação da motilidade e alinhamento ocular (testes de cobertura), refração sob cicloplegia e avaliação do fundo de olho dilatado.
Conclusões: As diretrizes sobre a frequência da avaliação oftalmológica são ferramentas importantes para orientar os médicos sobre a melhor prática a fim de evitar problemas visuais tratáveis na infância, que poderiam comprometer seu desenvolvimento social, escolar e global, além de causar perda permanente da visão.
Keywords: Técnicas de diagnóstico oftalmológico, Triagem visual; Testes visuais; Criança, Lactente
Abstract
Objetivo: Avaliar a concentração de lisozima lacrimal na síndrome de Sjögren, disfunção da glândula meibomiana e doença ocular não seca.
Métodos: Noventa indivíduos foram recrutados para este estudo: 30 indivíduos com síndrome de Sjögren, 30 indivíduos com disfunção da glândula meibomiana e 30 indivíduos com doenças oculares não secas. Todos os sujeitos foram encaminhados para estudo de investigação de “olho seco”, sendo submetidos a um exame oftálmico completo de superfície ocular (índice de doença da superfície ocular, biomicroscopia, tempo de ruptura do rasgo, teste de Schirmer tipo I, coloração vital da conjuntiva com fluoresceína e lissamina verde e concentração e citologia da lisozima lacrimal.
Resultados: Os testes clínicos mostraram: índice de doença da superfície ocular e Síndrome de Sjögren: 64,5 ± 22,6, disfunção da glândula meibomiana: 43,5 ± 21,4, doença ocular não seca: 6,7 ± 4,3 (valor de p=0,02 entre grupos); Teste de Schirmer I (mm/5min), síndrome de Sjögren: 4,95 ± 2,25, disfunção da glândula meibomiana: 13,28 ± 1,53, doença ocular não seca: 13,70 ± 1,39 (p<0,01, síndrome de Sjögren vs. doença ocular não seca e p<0,01, disfunção da glândula meibomiana vs. doença ocular não seca); tempo de ruptura do rasgo (segundos), síndrome de Sjögren: 3,97 ± 1,47, disfunção da glândula meibomiana: 3,95 ± 0,86, doença ocular não seca: 7,25 ± 1,90 (p<0,01, síndrome de Sjögren vs. doença ocular não seca e p<0,01, disfunção da glândula meibomiana vs. doença ocular não seca); escore de lissamina verde, síndrome de Sjögren - olho seco: 6,18 ± 2,14, disfunção da glândula meibomiana - olho seco: 5.27 ± 1,27, doença ocular não seca: 1,52 ± 0,97 (p<0,01, síndrome de Sjögren vs. doença ocular não seca e p<0,01, disfunção da glândula meibomiana vs. doença ocular não seca); escore de citologia de impressão, síndrome de Sjögren: 1,88 ± 0,92, disfunção da glândula meibomiana: 1,67 ± 0,56, doença ocular não seca: 0,45 ± 0,44 (p<0,01, síndrome de Sjögren vs. doença ocular não seca e p<0,01, disfunção da glândula meibomiana vs. doença ocular não seca) e concentração de lisozima lacrimal (µg/mL), síndrome de Sjögren: 751,25 ± 244,73, disfunção da glândula meibomiana: 1423,67 ± 182,75, doença ocular não seca: 1409,90 ± 188,21 (p<0,01, síndrome de Sjögren vs. doença ocular não seca e p<0,01, síndrome de Sjögren vs. disfunção da glândula meibomiana).
Conclusão: A concentração de lisozima nas lágrimas foi menor nos pacientes com síndrome de Sjögren do que nos grupos com disfunção da glândula meibomiana e doença ocular não seca. A lisozima lacrimal poderia ser considerada como um biomarcador simples, não invasivo e econômico para diferenciar o olho seco da síndrome de Sjögren do olho seco da disfunção da glândula meibomiana.
Keywords: Lisozima; Síndrome de Sjögren; Disfunção da glândula tarsal; Olho não seco
Abstract
Objetivo: Investigar se a disfunção da glândula meibomiana é a causa do olho seco na paralisia do nervo facial e também identificar possíveis relações entre grau e duração da paralisia do nervo facial e disfunção da glândula meibomiana.
Métodos: Este estudo prospectivo observacional incluiu 63 pacientes com paralisia unilateral do nervo facial. A função e gravidade do nervo facial foram avaliadas pelo sistema de graduação House-Brackmann. Os olhos contralaterais não afetados foram usados como grupo controle. Os seguintes parâmetros foram comparados: tempo de ruptura do rasgo, teste de Schirmer 1, escores de da área e densidade para coloração da córnea com fluoresceína, anormalidade da pálpebra, expressão da glândula meibomiana, escores de meibografia e áreas de perda da glândula meibomiana. Foi realizada a análise de correlação de Pearson entre o grau e a duração da paralisia do nervo facial e disfunção da glândula meibomiana.
Resultados: Os olhos afectados pela paralisia do nervo facial demonstraram um tempo significativamente menor de ruptura do rasgo (p<0, 001) e valores significativamente mais elevados para a coloração da córnea com fluoresceína (p<0, 001), teste de Schirmer 1 (p=0,042), escores de anormalidade da pálpebra (p<0,05), expressão da glândula meibomiana (p=0,005), escores de meibografia (p<0,05) e áreas de perda da glândula meibomiana ( p<0,05). O grau e a duração da paralisia do nervo facial foram significativamente correlacionados com a disfunção da glândula meibomiana (p<0,05).
Conclusões: A disfunção da glândula meibomiana tem uma contribuição significativa para o desenvolvimento da síndrome do olho seco após a paralisia do nervo facial. Além disso, observou-se uma forte correlação entre o grau e a duração da paralisia do nervo facial e a disfunção da glândula meibomiana.
Keywords: Glândula tarsal; Síndrome do olho seco; Nervo facial; Paralisia facial
Abstract
Objetivo: Investigar a superfície ocular e as glândulas meibomianas em pacientes com acne vulgar não tratada.
Métodos: Todos os indivíduos responderam ao questionário Ocular Surface Disease Index (OSDI) e tiveram avaliados o tempo de ruptura do filme lacrimal pelo método invasivo, a coloração da superfície ocular com fluoresceína e o teste de Schirmer II. Foram ainda avaliados o escore palpebral total e o de secreção das glândulas meibomianas. Foi realizada meibografia sem contato com um dispositivo topográfico corneano Sirius.
Resultados: Foram incluídos no estudo os olhos direitos de 35 voluntários com acne vulgar e 35 saudáveis. Os escores do Ocular Surface Disease Index e da coloração foram significativamente maiores no grupo com acne em comparação com o grupo controle (p=0,01 e p=0,003, respectivamente), mas o tempo de ruptura do filme lacrimal pelo método invasivo e as medidas do teste de Schirmer II foram significativamente menores (p=0,000 e p=0,003, respectivamente). O escore palpebral total e o escore de secreção das glândulas meibomianas também foram maiores no grupo com acne que no grupo controle (p=0,003 e p=0,000). Na avaliação morfológica das glândulas meibomianas, o espessamento, o afinamento, a tortuosidade e a presença de áreas fantasmas nas glândulas foram mais comuns no grupo acne vulgar que no grupo controle, com significância estatística (p=0,000, p=0,001, p=0,05 e p=0,006 respectivamente). A porcentagem da área de perdas das glândulas meibomianas foi significativamente mais alta no grupo com acne vulgar, tanto na meibografia superior quanto na inferior. A área de perda das glândulas meibomianas demonstrou uma correlação positiva com o escore palpebral total e com o escore de secreção das glândulas meibomianas.
Conclusão: A acne vulgar pode levar a uma predisposição para a disfunção das glândulas meibomianas e para danos na superfície ocular. Parece ser importante reconhecer precocemente as alterações das glândulas meibomianas e da superfície ocular, especialmente nos casos de acne vulgar para os quais se planeja o tratamento oral com isotretinoína.
Keywords: Acne vulgar/complicação; Acne vulgaris/tratamento farmacológico; Isotretinoína/uso terapêutico; Pálpebra; Túnica conjuntiva/patologia; Síndrome do olho seco; Glândula tarsal; Técnica de diagnóstico oftalmológico; Questionário
Abstract
Objetivo: Avaliar as alterações da superfície ocular em pacientes com Rosácea, e comparar com grupo controle.
Métodos: Noventa e três indivíduos foram selecionados para este estudo transversal, observacional e não intervencionista, dividido em dois grupos: rosácea (n=40) e controles (n=53). Foram avaliados parâmetros objetivos da superfície ocular (hiperemia conjuntival, estabilidade e volume do filme lacrimal, disfunção da glândula meibomiana, doença do olho seco, coloração da superfície ocular) e comparado indivíduos saudáveis com pacientes com rosácea.
Resultados: 69,23% dos indivíduos com rosácea eram mulheres, com média de idade de 47,34 ± 12,62 anos. Em comparação com controles pareados, não foram evidenciadas diferenças estatisticamente significativas em relação à acuidade visual (p=0,987) e parâmetros do filme lacrimal (altura do menisco lacrimal (p=0,338), tempo de ruptura do filme lacrimal não invasivo (p=0,228), tempo invasivo de ruptura (p=0,471) e teste de Schirmer (p=0,244), bem como hiperemia conjuntival (p=0,106) e coloração com fluoresceína (p=0,489). Associação significativa foi encontrada na avaliação da meibografia (p=0,026), integridade da camada mucosa (p=0,015) e sintomas de superfície ocular (p<0,0001). Pacientes com rosácea também apresentaram alterações importantes na borda palpebral: expressibilidade glandular (p<0,001), padrão de secreção glandular (p<0,001) e telangiectasia (p<0,001).
Conclusão: A disfunção da glândula de Meibômio está frequentemente associada a condições dermatológicas e é caracterizada por achados morfológicos na meibografia, bem como comprometimento da secreção lipídica que leva ao olho seco evaporativo e alterações da superfície ocular e inflamação.
Keywords: Rosácea/complicações; Disfunção da glândula tarsal; Túnica conjuntiva; Síndromes do olho seco; Técnicas de diagnóstico oftalmológico.
Abstract
Objetivo: Avaliar a superfície ocular e a morfologia da glândula meibomiana em usuários de cigarros eletrônicos.
Métodos: Foram avaliadas através de meibografia Sirius as pálpebras superiores e inferiores de 25 usuários de cigarros eletrônicos do sexo masculino e 25 pacientes não usuários saudáveis, também do sexo masculino. A perda nas glândulas meibomianas foi calculada automaticamente com o módulo de software de imagem de meibografia Phoenix. O resultado foi obtido como perda percentual. O questionário Ocular Surface Disease Index (OSDI), o teste do tempo de ruptura lacrimal e o teste de Schirmer II foram administrados em todos os casos.
Resultados: A duração média do uso de cigarros eletrônicos foi de 4,9 ± 0,9 anos (intervalo de 3,4-7 anos). O valor médio do teste de Schirmer II foi de 9,16 ± 2,09 mm no grupo de usuários de cigarros eletrônicos e de 11,20 ± 2,14 mm no grupo controle (p=0,003). O valor médio do teste do tempo de ruptura lacrimal foi de 6,96 ± 2,31 segundos no grupo de usuários de cigarros eletrônicos e 9,84 ± 2,13 segundos no grupo controle (p=0,002). O valor médio do Ocular Surface Disease Index foi de 28,60 ± 6,54 e 15,16 ± 7,23 para os grupos de usuários de cigarros eletrônicos e controle, respectivamente (p<0,001). Na meibografia de Sirius, a perda média para a pálpebra superior foi de 23,08 ± 6,55% para o grupo de usuários de cigarros eletrônicos e 17,60 ± 4,94% para o grupo controle (p=0,002), e a perda média para a pálpebra inferior foi de 27,84 ± 5,98% e 18,44 ± 5,91%, respectivamente (p<0,001). Além disso, foi observada uma correlação positiva significativa entre a taxa de perda na meibografia palpebral superior e inferior com a duração do tabagismo eletrônico, respectivamente de (r=0,348, p<0,013) e (r=0,550, p<0,001).
Conclusão: O uso prolongado de cigarros eletrônicos causa danos às glândulas meibomianas. Portanto, esses danos devem ser considerados em distúrbios da superfície ocular devidos ao uso desses dispositivos.
Keywords: Sistemas eletrônicos de liberação de nicotina; Glândulas tarsais; Disfunção da glândula tarsal/diagnostico; Fumar/efeitos adversos; Vaping/efeitos adversos; Técnicas de diagnóstico oftalmológico.
Abstract
Objetivo: Avaliar a acuidade visual através de potenciais evocados visuais de varredura em crianças saudáveis e ambliópicas, comparando-a com a acuidade visual pelo teste de Snellen.
Métodos: Foram incluídas no estudo 160 crianças com idades entre 6 e 17 anos. Desse total, 104 crianças (65%) estavam entre 7 e 17 anos de idade, eram capazes de comunicação verbal e não tinham nenhuma patologia ocular ou sistêmica (Grupo 1). O grupo 2 incluiu 56 crianças verbais (35%) com idades entre 6 e 17 anos e portadoras de estrabismo ou ambliopia anisometrópica, com a melhor acuidade visual corrigida entre 0,1 e 0,8. Todos os pacientes foram submetidos a um exame oftalmológico detalhado e a uma medição do potencial evocado visual por varredura. Registraram-se as características demográficas, os achados oculares, a melhor acuidade visual corrigida e os resultados do potencial evocado visual por varredura.
Resultados: No Grupo 1, os valores médios e máximos da acuidade visual pelo potencial evocado visual por varredura mostraram-se menores que a melhor acuidade visual corrigida medida através do teste de Snellen (p<0,001 para ambas as medições). Uma análise de Bland-Altman revelou que no grupo 1, a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e a média do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,11 logMAR, enquanto a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e o valor máximo do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,023 logMAR. No Grupo 2, os valores médio e máximo do potencial evocado visual por varredura mostraram-se menores que a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen (respectivamente, p<0,001 e p=0,009). A análise de Bland-Altman revelou que a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e a média do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,16 logMAR, enquanto a distribuição das diferenças entre a melhor acuidade visual corrigida pelo teste de Snellen e o valor máximo do potencial evocado visual por varredura foi de ± 0,19 logMAR.
Conclusões: As medidas da acuidade visual através do potencial evocado visual por varredura mostram resultados comparáveis às medidas da acuidade visual pelo teste de Snellen. Essa técnica é um método objetivo e confiável de se avaliar a acuidade visual em crianças.
Keywords: Ambliopia; Acuidade visual; Potenciais evocados visuais; Testes visuais; Humanos; Criança; Adolescente.
Abstract
Objetivos: A microperimetria tem sido usada há vários anos como uma forma de teste de função visual em pacientes com doenças da retina. Os valores normais de microperimetria obtidos com MP-3 ainda não foram totalmente publicados e os valores basais para sensibilidade macular topográfica e correlações com idade e sexo são necessários para estabelecer graus de comprometimento. O objetivo do trabalho é determinar valores para limiares de sensibilidade à luz e estabilidade de fixação usando o MP-3 em indivíduos normais.
Métodos: Trinta e sete voluntários saudáveis (idade: 28-68 anos), submetidos à microperimetria de limiar total usando uma estratégia de escada 4-2 (rápida) com o tamanho de estímulo padrão Goldmann III e 68 pontos de teste posicionados de forma idêntica aos do Humphrey Field Analyzer 10-2 grade de teste. A estabilidade da fixação foi registrada simultaneamente durante o teste de microperimetria. A relação entre a sensibilidade global e a idade foi calculada por meio de análise de regressão linear.
Resultados: A microperimetria foi realizada em 37 indivíduos (74 olhos). A sensibilidade média global foi de 29,01 ± 1,44 dB, intervalo: 26-31 dB. A mediana da sensibilidade central a 2° medida pelo MP-3 foi de 28,5 ± 1,77 dB (ER) e 28,75 ± 1,98 dB (OE). Os valores médios totais de estabilidade da fixação em 2° e 4° foram 80% e 96%, respectivamente. A análise de regressão linear também revelou um declínio de sensibilidade global relacionado à idade por ano de -0,051 dB ± 0,018 (ER) e -0,078 dB ± 0,021 (LE).
Conclusões: A microperimetria realizada com o MP-3 permite um exame automático, preciso e específico da topografia dos limiares de sensibilidade da retina. Os resultados deste estudo fornecem um banco de dados normal e de idade correspondente da microperimetria MP-3.
Keywords: Campos visual; Testes de campo visual; Retina; Microperímetro; Idade.
Abstract
OBJETIVO: Neste estudo prospectivo, pacientes com acne vulgaris e indivíduos saudáveis do grupo controle foram comparados em relação ao tempo de ruptura do filme lacrimal, taxa de abandono de glândulas meibomianas e parâmetros da câmara anterior, usando o tempo de ruptura do filme lacrimal topográfico não invasivo, meibografia não invasiva e fotografia de Scheimpflug, respectivamente.
MÉTODOS: Setenta e três olhos de 73 pacientes com acne vulgaris e 67 olhos de 67 indivíduos saudáveis foram incluídos. Todos os participantes submetidos ao primeiro tempo de ruptura do filme lacrimal não-invasivo e ao tempo médio de ruptura do filme lacrimal não-invasivo foram avaliados pelo uso do tempo de ruptura do filme lacrimal; perda de glândulas meibomianas foram avaliadas por meibografia; os parâmetros da córnea e da câmara anterior foram medidos por fotografia de Scheimpflug; e, finalmente, as queixas oculares subjetivas foram pontuadas com o uso do questionário do Indice de doenças de superfície ocular.
RESULTADOS: Os valores do tempo de ruptura do primeiro filme lacrimal não-invasivo do Grupo com acne vulgaris e do Grupo controle foram 4,7 ± 2,8 e 6,4 ± 3,5 segundos, respectivamente, refererindo-se a uma diferença significativa entre os valores dos grupos (p=0,016). Qualitativamente, o número de olhos com ruptura lacrimal a qualquer momento durante o período de medição foi significativamente maior no grupo de pacientes. (p=0,018). No Grupo com acne vulgaris, a perda de glândulas meibomianas nas pálpebras superiores foi de 33,21 ± 15,5% e nas pálpebras inferiores foi de 45,4 ± 14,5%; por outro lado, no Grupo controle foi de 15,7 ± 6,9% e 21 ± 9,7% respectivamente; ambos os casos referem-se a uma diferença significativa entre os grupos (p=0,000).
CONCLUSÃO: Encontramos estabilidade comprometida do filme lacrimal em pacientes com acne vulgaris. No entanto, o comprometimento foi de grau muito menor, em comparação com a taxa de perda das glândulas meibomianas que desempenham um papel fundamental na estabilidade do filme lacrimal. Esta condição pode ser documentada de forma objetiva - uma metodologia parcialmente sem contato, totalmente não-invasiva e livre de corantes.
Keywords: Acne vulgar; Glândulas de Meibomius; Câmara anterior; Teste não-invasivo de tempo de ruptura; Filme lacrimal
Abstract
PURPOSE: To develop a simple, subjective, and reliable grading scale for isotretinoin-induced meibography changes.
METHODS: After analyzing meibography images obtained from systemic isotretinoin users, a grading scale was proposed and named “meibography health score.” The score ranged from 1 to 3, with decreasing gland reflectivity and identifiable margins. A total of 11 medical professionals were asked to grade 10 meibography images obtained from isotretinoin users using the proposed scale and were divided into three groups: (A) ophthalmologists with experience with meibography, (B) ophthalmologists with no experience with meibography, and (C) radiologists. The kappa statistic was determined to test interrater reliability.
RESULTS: The overall kappa was approximately 0.64. The kappa scores for Groups A, B, and C were 0.78, 0.59, and 0.90, respectively. Grade 2 had the lowest kappa scores (0.62, 0.35, and 0.82 for A, B, and C, respectively) and grade 3 the highest (0.78, 0.90, and 1.0 for A, B and C, respectively). Furthermore, Group C had the highest kappa scores and Group B the lowest.
CONCLUSION: The meibography health score exhibited good interrater reliability, particularly in severe cases.
Keywords: Isotretinoin; Meibography; Meibomian gland dysfunction; Radiologists; Ophthalmologists
ABO is licensed under a Creative Commons Attribution-NonComercial 4.0 Internacional.