Diego Nery Benevides Gadelha1; Bernardo Menelau Cavalcanti1; Vasco Bravo Filho1; Newton Andrade Júnior1; Neylane Nyéria Coelho Batista2; Ana Cecília de Sousa Leão Escarião3; Roberta Ventura Urbano4
DOI: 10.1590/S0004-27492009000400007
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar o efeito do "cross-linking" corneano na ceratopatia bolhosa sintomática e seu impacto na acuidade visual, espessura corneana e sintomatologia dolorosa. MÉTODOS: Doze pacientes com ceratopatia bolhosa sintomática foram incluídos. Exame clínico com questionário específico para a pesquisa com escala de dor (escala visual analógica numérica), acuidade visual e mensuração da espessura corneana foi realizada pré "cross-linking" corneano, 7, 30 e 60 dias após. Em todos os pacientes o tratamento com UVA-crosslinking foi realizado após abrasão do epitélio corneano na lâmpada de fenda e instilação de solução de riboflavina 0,1% a cada 5 minutos por 30 minutos. Após esse período o paciente foi submetido à exposição à luz ultravioleta A (UVA), utilizando riboflavina e anestesia tópica a cada 5 minutos por 30 minutos. O paciente utilizou colírios de ofloxacina 0,3% e lágrima artificial até completa reepitelização. O teste de Friedman foi usado para comparar as médias das frequências da acuidade visual, sintomatologia dolorosa e espessura central da córnea. Os valores de "p" menor que 0,05 foram considerados como estatisticamente significantes. RESULTADOS: Doze olhos de 12 pacientes com erosões epiteliais recorrentes foram tratados. O tempo de seguimento foi de dois meses. Foi observada redução significante da dor (p<0,001). As medidas da espessura corneana e da acuidade visual não sofreram alterações estatisticamente significantes. CONCLUSÃO: Foi constatado o potencial de aplicação do "cross-linking" corneano no tratamento de pacientes com dor causada por ceratopatia bolhosa. É necessário maior seguimento para confirmar se os resultados podem ser reproduzidos em longo prazo.
Descritores: Córnea; Topografia da córnea; Reagentes para ligações cruzadas; Transplante de córnea; Dor; Agentes fotossensibilizantes; Riboflavina; Raios ultravioleta; Acuidade visual
ABSTRACT
PURPOSE: To evaluate the corneal cross-linking (CXL) effect on symptomatic bullous keratopathy, and its impact on the visual acuity, corneal thickness and pain symptomatology. METHODS: Twelve patients with symptomatic bullous keratophaty were included. A clinical examination with a specific questionnaire (pain scale - visual numeric analog scale), visual acuity, and corneal thickness measures was performed before corneal cross-linking and 7, 30 and 60 days after the procedure. In all patients, the treatment with the UVA-crosslinking was done after corneal abrasion on the slit-lamp and instillation of 0.1% riboflavin in saline for every five minutes, lasting 30 minutes. Subsequently, the patient underwent the UVA light exposure, using riboflavin and topical anesthesia, every five minutes lasting 30 minutes. The patient received 0.3% ofloxacine drops, and artificial tears until complete reepithelization. The Friedman test was used to compare the means of frequencies of visual acuity, pain symptoms and corneal thickness. A "p" value <0.05 was considered for rejecting the null hypothesis. RESULTS: Twelve eyes from 12 patients with recurrent epithelium erosions were treated. The mean follow-up was two months. Significant pain reduction was observed (p<0.001). Corneal thickness and visual acuity measurements presented with no significant difference. CONCLUSION: The potential use of cross-linking in the treatment of bullous keratopathy pain was proved to be likely. A longer follow-up to confirm whether these results can be reproduced in the long term is necessary.
Keywords: Cornea; Corneal topography; Cross-linking reagents; Corneal transplantation; Pain; Endothelium, corneal; Photosensitizing agents; Riboflavin; Ultraviolet rays; Visual acuity
INTRODUÇÃO
A transparência da córnea é mantida pela bomba iônica no seu endotélio, responsável pela deturgescência e desidratação estromal(1). A ceratopatia bolhosa (CB) é uma desordem causada pela falha desse mecanismo, resultando em edema estromal e, invariavelmente, aparecimento de bolhas epiteliais ou subepiteliais(1-4). As causas mais comuns de CB são os procedimentos cirúrgicos intraoculares incluindo facectomia e ceratoplastia penetrante, distrofia endotelial de Fuchs, trauma e glaucoma refratário(1-4). A CB produz, frequentemente, sintomas, como diminuição da acuidade visual, dor, fotofobia e epífora(2).
Transplante de córnea é o método mais efetivo para alívio dos sintomas e recuperação visual(2-3). Quando este tratamento é inviável do ponto de vista clínico ou não está disponível, métodos conservadores podem ser usados. Dor ocular e defeitos epiteliais podem ser tratados com administração tópica de anti-inflamatórios, lubrificantes e soluções hipertônicas(5-6), além do uso de lente de contato terapêutica(7). Alternativamente, vários tratamentos cirúrgicos têm sido utilizados na CB, incluindo punção do estroma anterior, criopexia (cauterização), recobrimento conjuntival, transplante de membrana amniótica, ceratectomia fototerapêutica por excimer laser (PTK) e ceratoplastia lamelar posterior(3).
O "cross-linking" do colágeno corneano com a riboflavina (vitamina B2) é uma técnica inovadora com o objetivo de enrijecer o tecido corneano(8-9). A luz ultravioleta A (UVA) associada à riboflavina cria novas ligações entre as moléculas de colágenos adjacentes, produzindo aumento da espessura da córnea bem como diminuindo sua maleabilidade(10). A irradiação por meio da UVA faz com que ocorra perda do equilíbrio interno das moléculas de riboflavina, que atua como um fotomediador, criando radicais livres que induzem novas ligações entre fibrilas de colágeno(11). Esta reestruturação das fibras de colágeno ocasiona aumento da força biomecânica da córnea(10-11).
A indicação clínica do "cross-linking" corneano está limitada aos casos de "melting" corneano, degeneração marginal pelúcida, ceratocone e ectasias iatrogênicas após cirurgias refrativas com laser in situ keratomileusis (LASIK)(12-13). Publicações que tenham analisado os efeitos terapêuticos do "cross-linking" corneano na ceratopatia bolhosa são escassas e metodologicamente incompletas.
O objetivo do estudo é analisar o efeito terapêutico do "cross-linking" corneano induzido por UVA/riboflavina na ceratopatia bolhosa sintomática, demonstrando a viabilidade deste tratamento e sua influência na acuidade visual, espessura corneana e sintomatologia dolorosa.
MÉTODOS
Foram incluídos no estudo 12 portadores de CB sintomática por um período igual ou maior que 12 meses, resistente ao tratamento clínico conservador, que não possuíam indicação para transplante penetrante de córnea, ou estivessem na fila de espera para a realização do transplante.
Foram excluídos todos os pacientes que possuíam espessura central da córnea menor que 400 micra; antecedente de herpes ocular ou ao redor dos olhos; portador de outras doenças ou cicatrizes corneanas; antecedente de displasia corneana; lesões tumorais conjuntivais; período de gravidez ou amamentação; antecedente de má cicatrização corneana e alergia à riboflavina.
Os pacientes foram avaliados, previamente ao tratamento e no 7º, 30º e 60º dias após o tratamento, com questionário estruturado para o estudo, avaliando sintomatologia e dor através da escala visual analógica numérica (EVA)(14). Além do questionário, foi realizada avaliação oftalmológica completa, que incluiu: acuidade visual de alto contraste não-corrigida (AVL), utilizando a tabela ETDRSTM (Lighthouse Inc., Nova Iorque, EUA); biomicroscopia detalhada, na qual foi observada a superfície da córnea com e sem instilação de fluoresceína, vascularização superficial e profunda; representação gráfica detalhada do quadro; paquimetria ultrassônica (Ultrasonic Pachymeter Model 850, Humphrey Instruments, Inc).
Abrasão do epitélio da córnea medindo 9 mm de diâmetro foi realizada com lâmina de bisturi número 11, gotas da solução de riboflavina 0,1% foram instiladas a cada 5 minutos intercaladas com colírio anestésico, em um período de 30 minutos antes do procedimento e durante a aplicação da radiação. A córnea foi exposta a luz UVA com comprimento de onda de 370 ± 5 nm e uma irradiância de 3 mW/cm2 por um período total de 30 minutos, correspondendo a uma dose total de 3,4 J ou a uma exposição de radiação de 5,4 J/cm2 de córnea. Foi utilizado para esta exposição o aparelho X-Link (Corneal Crosslink System, Opto Global Pty Ltd). Ao final, colocada uma lente de contato terapêutica e prescrito colírio antibiótico (ofloxacino 0,3%) até recuperação epitelial.
Para a avaliação da evolução das medidas EVA, AVL e paquimetria nos períodos pré, 7, 30 e 60 dias após o tratamento, foi aplicado o teste não paramétrico de Friedman(15) que é aplicado no caso de medidas pareadas com mais de dois períodos de avaliação. No caso onde houve significância estatística, foi aplicado o teste de comparações múltiplas com a finalidade de determinar onde se encontra a diferença estatística. Optou-se por utilizar metodologia não paramétrica devido ao número pequeno de observações.
Foram considerados estatisticamente significantes os resultados cujos níveis descritivos (valores de p) foram inferiores a 0,05. O software utilizado na execução dos cálculos estatísticos foi o SPSS versão 12.0.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Altino Ventura. Todos os indivíduos que participaram do estudo foram esclarecidos quanto à investigação e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
RESULTADOS
Dos 12 pacientes incluídos no estudo, 6 (50,0%) eram do sexo masculino e 6 (50,0%) do feminino. A idade média foi de 66 anos (variando entre 49 e 85 anos). As principais causas de ceratopatia bolhosa foram: pós-facectomia (5 pacientes), trauma (2 pacientes), falência secundária de transplante de córnea (1 paciente), falência secundária de transplante de córnea em olho pseudofácico (2 pacientes), distrofia endotelial de Fuchs (2 pacientes).
Nenhum caso de infecção corneana ou inflamação intraocular foi relatado. Apenas uma paciente apresentou retardo no tempo de reepitelização (15 dias).
A sintomatologia dolorosa foi avaliada por meio da escala visual analógica numérica (EVA), onde zero significa ausência total de dor e 10 o nível de dor máxima suportável pelo paciente - tabela 1.
Através dos resultados obtidos acima, pode-se afirmar que existe uma redução significativa (p<0,05) dos valores da EVA do período pré em relação aos momentos pós-tratamento, já verificando uma melhora após 7 dias. Depois do tratamento não existe diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os momentos avaliados (7, 30 e 60 dias) - tabela 2. Esses resultados podem ser melhor visualizados no gráfico 1.
Analisando a paquimetria, houve uma tendência discreta para a diminuição da espessura corneana central, entretanto, pode-se afirmar que para a amostra estudada não existe uma diferença estatisticamente significante dos valores entre os períodos pré, 30 e 60 dias após o tratamento (p>0,05) - tabela 3.
Através dos resultados obtidos na análise da acuidade visual de alto contraste não corrigida (AVL), pode-se afirmar que para a amostra estudada não existe diferença estatisticamente significante dos valores da AVL entre os períodos pré, 7, 30 e 60 dias após o tratamento (p>0,05) - tabela 4.
DISCUSSÃO
A ceratopatia bolhosa é causada pela falha da capacidade do endotélio corneano em manter o estado fisiológico de desidratação e transparência da córnea(16). Devido à estrutura mecânica das fibras corneanas, uma quebra na integridade da barreira epitelial resulta em um modesto aumento da espessura corneana: valores acima de 0,6 mm são raros. Em contrapartida, descompensação endotelial é seguida de abundante hidratação estromal, com espessura entre 0,8-1,0 mm(17). O edema estromal e a ruptura de bolhas epiteliais e subepiteliais irritam as terminações nervosas corneanas, produzindo dor e desconforto na superfície ocular(18).
Todos os pacientes do estudo apresentavam dor de importante intensidade antes da aplicação de UVA/riboflavina, com média na escala visual analógica numérica de 8,58 (±1,51). Após a realização do procedimento observou-se uma considerável redução da dor já na primeira semana, com manutenção estatisticamente significante em 30 e 60 dias.
O tratamento afeta a inervação corneana. A desepitelização mecânica remove as fibras nervosas intraepiteliais e causa dano às fibras subepiteliais(18). O efeito sinérgico entre abrasão mecânica e exposição à UVA/riboflavina (induzindo fotonecrose e apoptose) promovem perda de fibras nervosas estromais anteriores e subepiteliais(18). A combinação desses efeitos com o aumento da rigidez corneana induzido pelo "cross-linking" são provavelmente responsáveis pela melhora da dor nos pacientes da amostra.
Em relação à análise da paquimetria não foi observada alteração significante na espessura corneana no período estudado. Estudos prévios demonstraram um decréscimo maior que 10% na espessura da córnea, isso pode ser explicado pelas mudanças arquitetônicas nas fibrilas de colágeno geradas pela exposição à UVA/riboflavina, que aumenta as pontes entre fibrilas e torna mais difícil o influxo de líquido no estroma(19). Outra possibilidade seria de que as diferenças entre as séries resultassem apenas de bases de tamanho amostral.
A melhora da acuidade visual nos pacientes com CB está intimamente relacionada à redução do edema e aumento da transparência corneana. Como não houve alterações nessas variáveis é esperado que não haja incremento de linhas de visão nesses pacientes.
Outros tratamentos utilizados para CB como punção de estroma anterior, recobrimento conjuntival e transplante de membrana amniótica podem levar ao decréscimo da acuidade visual. A lente de contato terapêutica mostra-se eficaz, porém, além da necessidade de trocas frequentes, está associada ao aumento da vascularização e do risco de infecção quando utilizada por tempo prolongado(2).
Apenas um paciente apresentou retardo no tempo de re-epitelização corneana. Nos demais nenhum efeito adverso relacionado ao procedimento ou ao período de recuperação foram relatados. É necessário um tempo maior de seguimento para confirmar se esses resultados podem ser reproduzidos em longo prazo.
CONCLUSÃO
A indução de "cross-linking" corneano através da aplicação de UVA/riboflavina mostrou-se eficaz no controle da sintomatologia dolorosa da ceratopatia bolhosa. Apresentou ainda manutenção da espessura corneana e da acuidade visual. Um tempo maior de seguimento é necessário para avaliar se os resultados são reprodutíveis em longo prazo.
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Endereço para correspondência:
Fundação Altino Ventura (FAV)
Rua da Soledade, 170
Recife (PE) CEP 50070-040
E-mail: [email protected]
Recebido para publicação em 19.01.2009
Aprovação em 07.06.2009
Trabalho realizado na Fundação Altino Ventura (FAV) - Recife (PE) - Brasil.
Nota Editorial: Depois de concluída a análise do artigo sob sigilo editorial e com a anuência da Dra. Myrna Serapião dos Santos sobre a divulgação de seu nome como revisora, agradecemos sua participação neste processo.