Paulo Elias C. Dantas; Mauro Campos; Cristina Muccioli; Harley E.A. Bicas
DOI: 10.1590/S0004-27492008000200001
EDITORIAL
ABOONLINE agora em versão trilíngüe
Paulo Elias C. Dantas; Mauro Campos; Cristina Muccioli; Harley E.A. Bicas
O trabalho de editoração de uma revista científica é um processo bastante complexo; ainda que, aos olhos de leitores e autores, não aparente.
Envolve tantos aspectos que torna imprescindível a formação de um time, verdadeira força-tarefa, para manejá-los de maneira a não interromper o fluxo natural das coisas.
Nos últimos anos, tivemos o prazer de colher vários frutos oriundos desse trabalho em equipe, sendo o maior deles a confirmação da indexação dos A.B.O. em bases de dados de excelência e de alcance mundial como o PubMed/MedLine e o EMBASE, sonho de consumo de todo e qualquer editor de revista científica.
Poderíamos nos dar por satisfeitos; missão cumprida!
Nada disso! Próximo desafio posto: Enfrentar a competitividade mundial acirrada por artigos científicos de qualidade em Oftalmologia e Ciências da Saúde ligadas à visão e, como conseqüência, incrementar o número de citações desses artigos em outras revistas, gerando o (controverso) Fator de Impacto. Para o bem ou para o mal, as revistas científicas hoje são avaliadas por seu Fator de Impacto e os pesquisadores e seus respectivos Departamentos e instituições de pesquisa, de acordo com as revistas nas quais publicam seus trabalhos científicos.
Motivo de discussões acirradas no meio editorial científico, quanto à sua precisão e senso de justiça científica, o Fator de Impacto, criado por Eugene Garfield em 1960 é de propriedade da Thomson Scientific, entidade privada com interesse econômico na comercialização de artigos científicos e informações científicas (principalmente via Internet).
Hoje, pesquisadores e instituições, são categorizados de acordo com essas medidas, que impactam sobre a obtenção de verbas para pesquisa, sobre a competição por postos e promoções e titulações acadêmicas.
Independentemente de nossas opiniões, ele existe e devemos nos adequar, até que haja sensatez e bom senso nas cabeças-pensantes das agências nacionais de fomento e incentivo à pesquisa que ao invés de valorizar índices com claro cunho comercial, valorizem àqueles que indexam revistas científicas por mérito e produtividade, como o PubMed/MedLine e o EMBASE.
Isso acabaria com a inadeqüada qualificação QUALIS C Internacional, dada aos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia (única revista científica oftalmológica das Américas voltada para a divulgação da produção científica nacional em três idiomas indexada no PubMed/MedLine, na EMBASE, na PERIODICA, no SciElo e no LILACS).
Por essa razão, a editoria científica dos ABO lançou mão de estratégias visando à universalização do conteúdo dos A.B.O. Após permitir publicação em Português, Inglês e Espanhol, criou o ABOONLINE, ferramenta eletrônica usada para acelerar o processo de submissão e revisão de artigos científicos.
Faltava, no entanto, concretizar essa universalização. Hoje, nos orgulhamos de anunciar que o ABOONLINE pode ser acessado em três idiomas de qualquer lugar do planeta: Português, Inglês e Espanhol; criando oportunidades de captação de artigos científicos de pesquisadores estrangeiros, antes impedidos pela barreira da língua, que dificultava o acesso às informações e conteúdo do ABOONLINE.
Não obstante, também decidimos iniciar a chamada busca ativa por submissões, o chamado "call for papers" em congressos, eventos científicos, simpósios e eventos científicos mundo afora.
Nosso desafio é robustecer nossa maior publicação científica, equiparando-a às melhores do mundo para oferecer a leitores, pesquisadores e instituições uma revista de qualidade internacional, por mérito.