Andrea Cotait Kara José1; Bruno Castelo Branco2; Lílian Emi Ohkawara3; Maria Cecília Zorat Yu4; Ana Luisa Höfling Lima5
DOI: 10.1590/S0004-27492007000200004
ABSTRACT
PURPOSE: To evaluate use conditions and detect contamination in bottles of boric acid solution. METHODS: A convenience sample of 42 recruited patients using boric acid solution came to the Ophthalmology Emergency Room of the São Paulo Hospital from February to March of 2003. Cultures were taken from material of the conjunctival sac, inner surface of bottle edge, inner part of cap and from 1 ml of boric acid solution of each bottle. RESULTS: Of the 42 boric acid solution bottles, 17 (40.5%) showed contamination: 1 (2.4%) in the solution, 17 (40.5%) in the inner cap and 6 (14.3%) in the inner part of the bottle edge. Of the 17 contaminated bottles, 10 (58.8%) were handled inappropriately and 13 (76.5%) of the bottles were not discharged after first use. The most common microorganisms found in the caps and edges of the bottles were Staphylococcus sp (69.6%), followed by Gram-positive bacillus (26.1%). Sixteen bottles (38.1%) had been opened more than a month ago and 5 (31.3%) of those showed contamination. The boric acid solution bottle directions shown on the labels were incomplete and not clear. The use of boric acid solution was on recommendation of their own, friends or relatives in 26 (61.9%) cases; pharmacists in 8 (19.0%) cases, ophthalmologists in 5 (11.9%) cases and general practitioners in 3 (7.1%) cases. CONCLUSION: In most cases, the topic use of boric acid solution was recommended by non-physicians. The bottles, in general, were handled inappropriately, and hence presented a much higher level of contamination that did the boric acid solution inside. The lower level of contamination in the solution is possibly associated with the anti-septic characteristics of the boric acid solution.
Keywords: Drug contamination; Ophthalmic solutions; Boric acids; Eye infections, bacterial; Conjunctiva; Pseudomonas infections
RESUMO
OBJETIVOS: Avaliar as condições de uso de água boricada e verificar a contaminação dos frascos e seu conteúdo. MÉTODOS: Foram selecionados, por critério de conveniência, quarenta e dois pacientes, usuários de água boricada, que compareceram ao Pronto-Socorro de Oftalmologia do Hospital São Paulo, em fevereiro e março de 2003. Foi colhido material para cultura do saco conjuntival, da superfície interna da borda do frasco, da superfície interna da tampa, além de 1 ml de solução do frasco. RESULTADOS: Dos 42 recipientes de água boricada, 17 (40,5%) apresentavam contaminação, sendo 1 (2,4%) no conteúdo liquido, 17 (40,5%) na parte interna da tampa e 6 (14,3%) na parte interna da borda do frasco. Dos 17 frascos contaminados, 10 (58,8%) tiveram suas tampas manuseadas de maneira inadequada e 13 (76,5%) frascos já haviam sido usados em outras ocasiões. Os microrganismos mais encontrados nas tampas e bordas foram Staphylococcus sp (69,6%) e bacilos Gram-positivos (26,1%). Dezesseis (38,1%) frascos foram abertos há mais de um mês e, destes, 5 (31,3%) apresentaram contaminação. A instrução de uso nos rótulos dos frascos era inconsistente. A utilização de água boricada foi por conta própria, por indicação de amigos ou parentes em 26 (61,9%) casos; indicação de farmacêuticos em 8 (19,0%); de oftalmologistas em 5 (11,9%) e de clínicos gerais em 3 (7,1%). CONCLUSÃO: A indicação de uso tópico oftálmico de água boricada foi feita, na maioria, por leigos. Os frascos, em geral, eram manipulados de maneira inadequada, apresentando contaminação em uma proporção de casos muito maior do que a contaminação do líquido. Essa porcentagem menor de contaminação do conteúdo provavelmente está associada às características anti-sépticas do produto.
Descritores: Contaminação de medicamentos; Soluções oftálmicas; Ácidos bóricos; Infecções oculares bacterianas; Conjuntiva; Infecções por Pseudomonas
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