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Artigo Original

Ocular manifestations in patients with multiple sclerosis in São Paulo

Manifestações oculares em pacientes com esclerose múltipla em São Paulo

Maria Auxiliadora M. Frazão Sibinelli1; Ralph Cohen1; Antônio Murilo Ramalho1; Charles Peter Tilbery3; Jonathan C. Lake1

DOI: 10.1590/S0004-27492000000400009

ABSTRACT

Purpose: To study frequency and characteristics of ocular manifestations in patients with multiple sclerosis (MS) in the State of São Paulo. Methods: From March, 1996 to November, 1998, 64 patients (48 female, 16 male, age 17 - 59) with MS underwent ophthalmologic examination and computerized visual field perimeter testing. Results: Forty-four (68.75%) of 64 examined patients presented some kind of ocular manifestation. The most frequent manifestation was optic neuritis (28 patients - 43.75%). It was the first manifestation of MS in 18 (28.1%) patients. Alterations of ocular motility were the second most frequent finding. Eight (12.5%) patients suffered from diplopia, of which 6 (9.37%) presented this as their first manifestation of MS. Sixth nerve palsy occurred in 2 patients (3.1%), with esotropia as a first sign of the disease. Other findings can be listed: uveitis (4 patients - 6.25%), changes in iridian topography with anterior lens capsule pigmentation (3 patients - 4.6%). The most frequent visual field defect in the patients who presented optic neuritis was arcuate scotoma with paracentral defects (46.4%). Two patients presented central scotomas and peripheral changes. None of the patients presented nystagmus. Conclusion: Our data shows that ocular findings in MS are frequent and many times are the initial manifestation of this disease. Although optic neuritis was the most frequent finding, we must emphasize the possibility of other ocular manifestations to be either preceding or occuring at the same time as this disease.

Keywords: Multiple sclerosis; Ocular manifestations; Features

RESUMO

Objetivo: O objetivo deste trabalho foi estudar a freqüência e características das alterações oculares em pacientes portadores de esclerose múltipla (EM), no estado de São Paulo. Métodos: Durante o período de março de 1996 a novembro de 1998, 64 pacientes, 48 mulheres e 16 homens com idades entre 17 e 59 anos, portadores de EM foram submetidos a exame ocular e exame de campimetria computadorizada. Resultados: Dos 64 pacientes examinados, 44 (68,75%) apresentaram alguma manifestação ocular. A manifestação ocular mais freqüente foi a neurite óptica, acometendo 28 (43,75%) dos pacientes. Em 18 casos (28,1%) foi o primeiro sintoma da doença. Alterações da motilidade extrínseca ocular foram a segunda manifestação mais freqüentemente observadas. A diplopia acometeu 8 pacientes (12,5%) sendo em 6 (9,37%), a primeira manifestação da doença. A paralisia do reto lateral acometeu 2 pacientes (3,1%), sendo o estrabismo convergente o primeiro sinal da doença. Outras alterações observadas foram: uveítes em 4 pacientes (6,25%) e alteração do relevo iriano com pigmentação da cápsula anterior do cristalino em 3 pacientes (4,6%). Nenhum paciente apresentou nistagmo. O defeito de campo visual mais comumente observado nos pacientes que desenvolveram neurite óptica foi escotoma arqueado com defeito paracentral em 46,4% dos pacientes. Dois pacientes (7,1%) apresentaram escotoma central e alterações periféricas. Conclusões: Alterações oculares são freqüentes na EM e muitas vezes são a primeira manifestação clínica da doença. Embora a neurite óptica tenha sido o achado mais freqüente, devemos ressaltar a possibilidade de outras alterações oculares precederem ou acompanharem o curso da doença.

Descritores: Esclerose múltipla; Manifestações oculares; Características


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