Harley E. A. Bicas
DOI: 10.1590/S0004-27492005000400002
EDITORIAL
Agora: EMBASE
Harley E. A. Bicas
Estava fechada a edição e já em andamento na gráfica quando nos chega a alvissareira notícia, que não poderia deixar de ser adiantada. Nem há como deixar de se voltar a festejar, e o quanto antes melhor: depois das recentes entradas na SciELO e na MEDLINE, os Arquivos Brasileiros de Oftalmologia são agora contemplados com a admissão na EMBASE, a famosa base de dados da Excerpta Medica, uma coleção dos melhores periódicos mundiais sobre Biomedicina, produzida pela Elsevier (uma entidade mundial dedicada a publicações científicas e técnicas, serviços e informações, sob a forma de livros, revistas, portais e bases de dados, disponibilizadas a autores, editores, livreiros, cientistas e outros). A EMBASE cobre cerca de 5.000 periódicos de cerca de 70 países, em várias áreas, mas não muitos em Oftalmologia e, do que se tem notícia, ainda nenhum latino-americano. Uma honra chegar assim à EMBASE, cobiçado objeto de desejo de editores e, também, identificador da alta qualificação de uma revista científica. Prossegue pois nosso periódico, digno representante da Oftalmologia brasileira, em sua vertiginosa escalada ascendente, vivenciando a recompensa dos frutos de uma semeadura de esperanças, de um cultivo trabalhoso e de uma colheita para a qual não há limites.
Significados e conseqüências de certificações desse teor foram há tão pouco tempo expostos Arq Bras Oftalmol. 2005, 68(1):5-6 que não cabe aqui retomá-los. A revista ainda parece a mesma de antes, em suas capas, distribuições de matérias e conteúdos; mas já é outra, muitíssimo diferente. Certamente, mostra a dignidade de sempre e a grandeza com que até aqui caminhou. Mas segue agora altaneira e respeitada, reconhecida como pertencente à seleta estirpe das melhores revistas científicas do mundo. Dela pode-se manifestar um justo orgulho e, nela, a publicação recebe o "status" de maior valor, pelas entidades e pessoas que qualificam valores da produção científica. O mérito da Oftalmologia brasileira, não menor que o de outras plagas, nem melhor agora do que antes, pode enfim resplandecer em sua revista nacional.
Talvez um tempo ainda transcorra até que sejam inteiramente compreendidas as intensidades das mudanças. Talvez com as mudanças que, então, devem atingir mentalidades, brasileiros citem mais os autores brasileiros; até porque, doravante, as buscas bibliográficas desses produtos terão as mesmas facilidades das de outros. Talvez, com o maior impacto decorrente, essa progressiva ascensão de nossa auto-estima passe a se auto-alimentar e, por si própria, mantenha o processo.
E com certeza, então, os efeitos que se prenunciam nesta alvorada, virão.