Selma Urfalıoglu1; Ejder Berk2
DOI: 10.5935/0004-2749.20220005
RESUMO
Objetivo: Numerosos estudos de neuroimagem e oftalmologia sugerem o acometimento do nervo óptico na síndrome de fibromialgia. Para esclarecer a etiopatogenia da síndrome de fibromialgia, comparamos a área de fluxo sanguíneo da cabeça do nervo óptico e a espessura da camada de fibras nervosas da retina entre pacientes e o grupo controle, e examinamos as associações dessas medidas com a severidade da síndrome de fibromialgia.
Métodos: Os participantes foram divididos em três grupos de acordo com a pontuação no Questionário de Impacto da Fibromialgia: síndrome de fibromialgia leve a moderada (Grupo 1, n=47), síndrome de fibromialgia grave (Grupo 2, n=38) e controles saudáveis (Grupo 3, n=38). A área de fluxo sanguíneo da cabeça do nervo óptico e a espessura da camada de fibras nervosas da retina foram medidas por angiotomografia de coerência óptica e comparadas entre os grupos por ANOVA. As associações com a severidade da síndrome de fibromialgia foram avaliadas pela análise de correlação de Spearman.
Resultados: A área de fluxo sanguíneo da cabeça do nervo óptico não diferiu entre os Grupos 1 e 2 da síndrome de fibromialgia (1,61 ± 0,08 contra 1,63 ± 0,09 mm2), mas foi significativamente menor no Grupo 3, de controle (1,49 ± 0,10 mm2, todos com p=0,001). Os valores médios da espessura da camada de fibras nervosas da retina foram significativamente menores no Grupo 2 (101,18 ± 6,03 µm) em comparação com o Grupo 1 (103,21 ± 10,66 µm) e o Grupo 3 (106,51 ± 8,88 µm) (p=0,041, p=0,020). Os valores da espessura da camada de fibras nervosas no quadrante inferotemporal (134,36 ± 12,19 µm) e inferonasal (109,47 ± 16,03 µm) foram significativamente menores no Grupo 2 em comparação com o Grupo 1 (inferotemporal 142,15 ± 17,79 µm, inferonasal 117,94 ± 20,53 µm) e o Grupo 3 (inferotemporal 144,70 ± 16,25 µm, inferonasal 118,63 ± 19,01 µm) Para o quadrante inferotemporal, foram obtidos p=0,017 e p=0,010 para o Grupo 2 em comparação respectivamente com os Grupos 1 e 3, e para o quadrante inferonasal, p=0,047 e p=0,045, respectivamente para os mesmos grupos. A espessura da camada de fibra nervosa da retina no quadrante nasal superior foi maior no Grupo 3 (91,08 ± 12,11 µm) que no Grupo 1 (84,34 ± 13,09 µm) e no Grupo 2 (85,26 ± 13,11 µm); p=0,031 e p=0,038. Houve uma correlação fraca entre a severidade da doença e a área de fluxo sanguíneo na cabeça do nervo óptico.
Conclusão: As estruturas neurais e vasculares do olho estão alteradas na síndrome da fibromialgia, principalmente nos casos graves. Assim, a angiografia por tomografia de coerência óptica pode fornecer informações valiosas para o diagnóstico e elucidação da fisiopatologia da síndrome de fibromialgia.
Descritores: Fibromialgia; Tomografia de coerência óptica; Angiografia; Nervo óptico/irrigação sanguínea; Fibras nervosas; Retina
ABSTRACT
Purpose: Numerous neuroimaging and ophthalmic studies suggest optic nerve involvement in fibromyalgia syndrome. To further elucidate the etiopathogenesis of fibromyalgia syndrome, we compared optic nerve head blood flow area and retinal nerve fiber layer thickness between patients and controls and investigated the associations of these measures with fibromyalgia syndrome severity.
Methods: Participants were divided into the following three groups according to Fibromyalgia Impact Questionnaire score: mild-moderate fibromyalgia syndrome (Group 1, n=47), severe fibromyalgia syndrome (Group 2, n=38), and healthy controls (Group 3, n=38). The optic nerve head blood flow area and retinal nerve fiber layer thickness were measured by optical coherence tomography angiography and compared among groups by ANOVA. Associations with fibromyalgia syndrome severity were evaluated by Spearman’s correlation analysis.
Results: Optic nerve head blood flow area did not differ between fibromyalgia syndrome Groups 1 and 2 (1.61 ± 0.08 vs.1.63 ± 0.09 mm2), but it was significantly lower in control Group 3 (1.49 ± 0.10 mm2, all p=0.001). Average retinal nerve fiber layer thickness values were significantly lower in Group 2 (101.18 ± 6.03 µm) than in Group 1 (103.21 ± 10.66 µm) and Group 3 (106.51 ± 8.88 µm) (p=0.041 and 0.020, respectively). The inferotemporal (134.36 ± 12.19 µm) and inferonasal (109.47 ± 16.03 µm) quadrant retinal nerve fiber layer thickness values were significantly lower in Group 2 than in Group 1 [inferotemporal (142.15 ± 17.79 µm), inferonasal (117.94 ± 20.53 µm)] and Group 3 [inferotemporal (144.70 ± 16.25 µm), inferonasal (118.63 ± 19.01 µm)] [inferotemporal, p=0.017 and 0.010, respectively; inferonasal, p=0.047 and 0.045, respectively]. The nasal-superior quadrant retinal nerve fiber layer thickness value was higher in Group 3 (91.08 ± 12.11 µm) than in Group 1 (84.34 ± 13.09 µm) and Group 2 (85.26 ± 13.11 µm) (p=0.031 and 0.038, respectively). A weak correlation was detected between disease severity and optic nerve head blood flow area.
Conclusion: Neural and vascular structures of the eye are altered in fibromyalgia syndrome, particularly among severe cases. Therefore, optical coherence tomography angiography may provide valuable information for the diagnosis and elucidation of fibromyalgia syndrome pathophysiology.
Keywords: Fibromyalgia; Tomography, optical coherence; Angiography; Optic nerve/blood supply; Nerve fibers; Retina
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