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Artigo Original

Efeitos da dilatação pupilar nos resultados da biometria óptica ocular em pacientes pediátricos

Effects of pupillary dilation on ocular optical biometry outcomes in pediatric patients

Selahattin Balsak

DOI: 10.5935/0004-2749.20200041

RESUMO

Objetivo: A dilatação pupilar farmacológica é realizada em exames oftalmológicos abrangentes e antes das medições biométricas. Até o momento, não há consenso sobre seu impacto nas medições biométricas. O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos da dilatação pupilar nas medidas biométricas oculares em crianças saudáveis.
Métodos: Estudo prospectivo, observacional e não randomizado de crianças (4-18 anos) que foram admitidas para exame oftalmológico de rotina. As medidas biométricas foram realizadas usando um dispositivo de biometria óptica sem contato, antes e após a dilatação pupilar farmacológica com cloridrato de ciclopentolato. Os cálculos de potência das lentes intraoculares foram realizados utilizando as fórmulas de Hill-RBF, Barrett, Olsen, Sanders-Retzlaff-Kraff/ Teórica, Holladay e Hoffer Q. Análises estatísticas descritivas também foram realizadas. O teste dos postos sinalizados de Wilcoxon foi usado para comparar as medidas antes e após a dilatação pupilar farmacológica. As relações entre as variáveis foram analisadas pelo coeficiente de correlação de Spearman-Brown.
Resultados: O estudo incluiu 116 olhos de 58 crianças (idade média de 8,4 ± 0,32 anos; 34 meninas). Alterações significativas foram observadas após a dilatação pupilar, em termos de profundidade da câmara anterior, profundidade do humor aquoso e espessura central da córnea e do cristalino. Nenhuma mudança significativa ocorreu no comprimento axial. Os cálculos de potência da lente intraocular não revelaram alterações significativas após a dilatação pupilar na maioria das fórmulas, com exceção da fórmula Olsen.O poder da lente intraocular foi significativamente inversa correlacionada com o comprimento axial e a profundidade da câmara anterior.
Conclusões: A dilatação pupilar farmacológica em crianças parece não ter impacto no comprimento axial e no poder da lente intraocular, mas causou um aumento significativo na profundidade da câmara anterior. A diferença nas medidas da profundidade da câmara anterior antes e após a dilatação pupilar pode estar relacionada ao modelo do dispositivo de biometria óptica utilizado. Tais resultados devem ser considerados nos cálculos de potência da lente intraocular realizados usando parâmetros de profundidade da câmara anterior.

Descritores: Dilatação; Paquimetria corneana; Lentes intraoculares; Câmara anterior; Criança

ABSTRACT

Purpose: Pharmacological pupillary dilation is performed in comprehensive ophthalmological examinations and before biometric measurements. So far, there is no consensus regarding its impact on biometric measurements. This study’s aim was to investigate the effects of pharmacological pupillary dilation on ocular biometric measurements in healthy children.
Methods: This was a prospective, observational, non-randomized study of children (4-18 years of age) who were admitted for routine ophthalmological examination. Biometric measurements were performed, using a non-contact optical biometry device, both before and after pharmacological pupillary dilation with cyclopentolate hydrochloride. Intraocular lens power calculations were performed using Hill-RBF, Barrett, Olsen, Sanders-Retzlaff-Kraff/Theoretical, Holladay, and Hoffer Q formulas. Descriptive statistical analyses were also performed. The Wilcoxon signed-rank test was used to compare measurements before and after pharmacological pupillary dilation. Relationships between variables were analyzed using the Spearman-Brown rank correlation coefficient.
Results: The study included 116 eyes of 58 children (mean age, 8.4 ± 0.32 years; 34 girls). Significant changes were observed after pupillary dilation, compared with before pupillary dilation, in terms of anterior chamber depth, aqueous depth, and central corneal and lens thicknesses. No significant change was observed in axial length. Intraocular lens power calculations revealed no significant changes after pupillary dilation in most formulas except for the Olsen formula. The intraocular lens power was significantly inversely correlated with axial length and anterior chamber depth.
Conclusions: Pharmacological pupillary dilation in children appeared to have no impact on axial length and intraocular lens power, but caused a significant increase in anterior chamber depth. The difference in anterior chamber depth measurements before and after pupillary dilation could be related to the optical biometry device model used. These outcomes should be considered in intraocular lens power calculations performed using anterior chamber depth parameters.

Keywords: Dilation; Corneal pachymetry; Lenses, intraocular; Anterior chamber; Children


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