Open Access Peer-Reviewed
Editorial

Ocular malaria: experimental histopathological study of choroidal and retinal changes

Malária ocular: estudo histopatológico experimental das alterações coriorretinianas

Paulo Roberto de Magalhães Silva1; Kátia Luz Torres Silva2; Paiva Gonçalves Filho3; José Fernando Barandas5; Gerson Cotta Pereira3

DOI: 10.1590/S0004-27492003000300009

ABSTRACT

PURPOSE: To accomplish a histopathological analysis of ocular structures, that is, uveal and retinal tract in a murine model that closely resembles human cerebral malaria and to correlate the ocular alterations with findings in the target organ such as the brain. METHODS: We used mice of isogenic lineage (CBA/J) for they develop malaria, actually the neurological form (cerebral malaria) when inoculated with Plasmodium berghei (ANKA). We performed an intraperitoneal inoculation and parasitemia was obtained daily. To correlate the changes with malaria development, the mice were sacrificed on the 3th, 7th and 9 th day of infection. After the enucleation, the eyeball was fixed in Bouin solution for later inclusion in paraffin. The obtained sections were stained with hematoxylin and eosin, Gomori's trichrome and Giemsa. RESULTS: Malarial pigments (hemozoyn) were observed in several ocular structures in the initial phase of the disease, also endothelial changes in retinal vessels, monocyte adhesion and parasitized erythrocyte clogging of retinal and choroid vessels (sequestration) in the latest stage of infection. Parasitemia levels showed an ascending and critical curve by the seventh day. In this model we observed similar changes that occur in other organs, such as the brain. CONCLUSION: The malaria murine model permits correlation of the ocular features with those other of target organs. The sequestration of late stage parasitized red cells accounts for most ocular changes in malaria, probably on the basis of obstructive phenomena, similar to the process which involves the central nervous system.

Keywords: Malaria; Malaria; Cerebral malaria; Plasmodium berghei; Eye; Retinal hemorrhage; Retinal diseases; Parasitic eye infections; Mice

RESUMO

OBJETIVO: Realizar análise histopatológica dos tecidos uveal e retiniano em modelo murino que fortemente se assemelha ao desenvolvimento de malária cerebral humana, correlacionando as alterações oculares com achados encontrados em órgãos-alvo como o cérebro. MÉTODOS: Utilizamos camundongos de linhagem isogênica CBA/J por desenvolverem malária e evoluírem para forma grave ou cerebral quando inoculados com Plasmodium berghei (ANKA). Foi realizada inoculação via intraperitoneal e a parasitemia obtida diariamente. Para correlacionarmos as alterações com a evolução da malária, os camundongos foram sacrificados no 3º, 7º e 9º dia de infecção. Após a enucleação, o globo ocular foi fixado em solução de Bouin e incluído em parafina. Os cortes foram corados com hematoxilina-eosina, tricrômica de Gomori e Giemsa. RESULTADOS: Foram observados acúmulos de pigmentos maláricos (hemozoína) em diversas estruturas oculares, na fase inicial da doença, até alterações endoteliais de vasos retinianos, adesão de monócitos na parede vascular e congestão do lúmen vascular por hemácias parasitadas (seqüestro) em tecido uveal na fase tardia da infecção. Os níveis de parasitemia mostraram curva ascendente e significativa por volta do sétimo dia. Neste modelo observamos alterações semelhantes àquelas encontradas em outros órgãos-alvo como o cérebro. CONCLUSÕES: O modelo de malária murina permite a correlação dos achados oculares com outros órgãos-alvo da infecção. O seqüestro de células vermelhas parasitadas, na fase tardia, é responsável pela maioria das alterações oculares da malária, provavelmente com base nos fenômenos obstrutivos similares aos processos que envolvem o sistema nervoso central.

Descritores: Malária; Malária; Malária cerebral; Plasmodium berghei; Olho; Hemorragia retiniana; Doenças retinianas; Infecções oculares parasitárias; Camundongos


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