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Editorial

Deep lamellar keratoplasty with viscodissection of Descemet's membrane

Ceratoplastia lamelar profunda com viscodissecção da membrana de Descemet

Cláudia M. Francesconi1; Adriana S. Forseto1; Regina M. Nosé1; Walton Nosé1

DOI: 10.1590/S0004-27492001000500003

ABSTRACT

Objective: To evaluate the effect of the deep lamellar keratoplasty technique in preserving Descemet's membrane and the patient's endothelial cells, using corneoscleral donor button. Methods: 14 lamellar keratoplasties were performed with viscodissection of the receptor's Descemet's membrane using 4% chondroitin sulphate and 3% sodium hyaluronate. Ten (10) patients presented advanced keratoconus, 3 had herpes simplex leucoma and 1 had corneal irregularity due to a previous radial keratotomy. Postoperative follow-up varied from 12 to 48 months (average 24 ± 10.5 months). Results: After all sutures had been removed, the spherical equivalent on the last ophthalmic examination was -2.0 ± 3.6 diopters (D) (-10,3 D to +4,74 D). Final astigmatism varied from -6,0 CD to -0,75 CD with an average of -3,3 ± 1,9 CD. Twelve of 14 patients presented a best spectacle corrected visual acuity of 20/40 or better on the last examination. All patients gained Snellen lines. Postoperatively there was no corneal edema, endothelial decompensation, rejection, interface opacity nor deposits. Two patients developed Descemet's folds accounting for low visual acuity. Conclusion: In spite of technical difficulties related to lamellar keratoplasty and viscodissection of Descemet's membrane, we believe that this is a procedure of choice in patients whose endothelial cells population is preserved. This technique results in better final visual acuity when compared to the traditional lamellar transplant, and less immunologic reaction when compared to penetrating keratoplasty. Because the receptor's endothelium was preserved, surgeries resulted in transparent corneas, regardless of the donor's tissue quality.

Keywords: Corneal transplantation; Descemet's membrane

RESUMO

Objetivo: Avaliar a eficácia da técnica de ceratoplastia lamelar profunda preservando a membrana de Descemet e as células endoteliais do paciente, com a utilização de botão esclero-corneano. Métodos: Foram realizadas 14 ceratoplastias lamelares com viscodissecção da membrana de Descemet do receptor usando sulfato de condroitina 4% e hialuronato de sódio 3%. Dez (10) pacientes apresentavam ceratocone avançado, 3 tinham leucoma por herpes simples e em 1 havia irregularidade corneana pós-ceratotomia radial. O acompanhamento pós-operatório variou de 12 a 48 meses (média 24 ±10,5 meses). Resultados: Após a retirada de todas as suturas a média do equivalente esférico no último exame oftalmológico foi de -2,0 ± 3,6 dioptrias (D) (-10,3 D a +4,74 D). O astigmatismo final variou de -6,0 DC a -0,75 DC com média de -3,3 ± 1,9 DC. Dos 14 pacientes 12 apresentaram na visita final acuidade visual com correção de 20/40 ou melhor. Todos os pacientes ganharam linha de visão pela tabela de Snellen. Não houve presença de edema corneano, descompensação endotelial ou rejeição. Nenhuma opacidade ou depósito na interface foi observado. Dois pacientes apresentaram dobras na membrana de Descemet com baixa da acuidade visual. Conclusão: Apesar das dificuldades técnicas relacionadas à ceratoplastia lamelar e viscodissecção da membrana de Descemet, acreditamos que este seja um procedimento de escolha em pacientes cuja população de células endoteliais esteja preservada. Esta técnica resulta em melhor acuidade visual final quando comparada ao transplante lamelar tradicional e menor reação imunológica quando comparada a ceratoplastia penetrante. Independentemente da qualidade do tecido doador, conseguimos córneas transparentes como resultado, pois o endotélio do receptor foi preservado.

Descritores: Transplante de córnea; Membrana de Descemt


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