Open Access Peer-Reviewed
Editorial

Trachoma in patients with allergic conjunctivitis

Tracoma em pacientes com conjuntivite alérgica

Haroldo de Lucena Bezerra1; Glauco Igor Viana dos Santos2

DOI: 10.1590/S0004-27492010000300005

ABSTRACT

Purpose: The aim of this paper was to identify a possible association between allergic conjunctivitis and Chlamydia trachomatis infection. Methods: A prospective study was carried out in 104 eyes of 52 patients with diagnosis of vernal conjunctivitis and atopic keratoconjunctivitis. Conjunctival cytology was performed in all the 52 patients, once it can evidence eosinophils presence and inclusions corpuscles in the conjunctival scraping smear, as well as the direct immunofluorescence that is the choice exam for Chlamydia trachomatis infection confirmation. All procedures were approved by the Institutional Review Board Ethics Committee. Results: Of the 52 patients, 41 (78.8%) presented vernal conjunctivitis and 11 (21.2%) atopic keratoconjunctivitis. Forty-one patients (78.8%) were male and 11 (21.2%) female. The ages varied from 3 to 19 years, with an average of 9.8 years. Regarding racial distribution, 16 (30.8%) patients were caucasian, 14 (26.9%) were black and 22 (42.3%) were brown. Regarding systemic allergic diseases, it was observed that 25 (48.1%) patients presented asthma, 20 (38.5%) allergic rhinitis and 5 (9.6%) atopic dermatitis. The main symptoms complained by the patients were coryza (59.6%), ocular itching (98.1%), burning (61.5%), tearing (65.3%) and photophobia (61.5%). The main clinical signs were: ocular hyperemia (100%), bilaterality (100%), superior tarsal papilla (92.3%) and mucous secretion (82.7%). The cytology of the conjunctival scrapings found eosinophil in 86.5% of the cases. Only seven patients did not present eosinophils in the conjunctival scrapings. Three patients (5.8%) presented positive immunofluorescence for Chlamydia, evidencing an association between allergic conjunctivitis and trachoma. Conclusion: It is important to determine the simultaneous coexistence of Chlamydia trachomatis and allergic conjunctivitis, due to the possibility to change the visual prognostic and of symptoms potentiation in case of double attack. Therefore, it is necessary to performe direct immunofluorescence for the correct diagnosis in patients with allergic conjunctivitis.

Keywords: Conjunctivitis; allergic; Trachoma; Chlamydia trachomatis; Eye infections; bacterial; Fluorescent antibody technique

RESUMO

Objetivos: Este trabalho teve o objetivo de identificar possível associação entre conjuntivite alérgica e infecção por Chlamydia trachomatis. Método: Realizamos um estudo prospectivo em 104 olhos de 52 pacientes com hipótese diagnóstica de conjuntivite alérgica primaveril e atópica. Os pacientes foram examinados no Núcleo Especializado em Oftalmologia de João Pessoa - NEO. Foi realizada em todos os 52 pacientes, a citologia conjuntival, uma vez que pode evidenciar a presença de eosinófilos e corpúsculos de inclusões no esfregaço do raspado conjuntival, como também a imunofluorescência direta por ser o exame de escolha para confirmação de infecção por Chlamydia trachomatis. Todos os procedimentos foram aprovados pelo Comitê de Ética em pesquisa. Resultados: Dos 52 pacientes, 41 (78,8%) apresentou conjuntivite primaveril e 11 (21,2%) conjuntivite atópica. Quarenta e um (78,8%) eram do sexo masculino e 11 (21,2%) do feminino. As idades variaram de 3 a 19 anos, com uma média de 9,8 anos. Quanto à distribuição racial, 16 (30,8%) pacientes eram brancos, 14 (26,9%) eram negros e 22 (42,3%) eram pardos. Pacientes com doença alérgica sistêmica observou-se que 25 (48,1%) pacientes apresentaram asma brônquica, 20 (38,5%) rinite alérgica e 5 (9,6%) dermatite atópica. Os principais sintomas relatados pelos pacientes foram coriza (59,6%), prurido ocular (98,1%), ardor ou queimação (61,5%), lacrimejamento (65,3%) e fotofobia (61,5%). Os principais sinais clínicos foram: hiperemia ocular (100%), bilateralidade (100%), papilas no tarso (92,3%) e secreção mucosa (82,7%). A citologia do raspado conjuntival encontrou o eosinófilo em 86,5% dos casos. Apenas 7 pacientes não apresentaram eosinófilos no raspado conjuntival. Observamos que 3 pacientes (5,8%) apresentou imunofluorescência positiva para Chlamydia, evidenciando associação entre conjuntivite alérgica e tracoma. Conclusão: É importante determinar a existência simultânea de Chlamydia trachomatis com a conjuntivite alérgica, dada à possibilidade de alterar o prognóstico visual e os sintomas se potencializarem no caso de acometimento duplo. Desta forma faz-se necessário a realização da imunofluorescência direta para o devido diagnóstico em pacientes com conjuntivite alérgica.

Descritores: Conjuntivite alérgica; Tracoma; Chlamydia trachomatis; Infecções por Chlamydia; Infecções oculares bacterianas; Imunofluorescência


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