Open Access Peer-Reviewed
Editorial

Presteza na revisão de artigos científicos para publicação

Antonio Guilherme G. de M. Ventura

DOI: 10.1590/S0004-27492009000400028


 

Prezado Sr. Editor,

Agradecemos e concordamos com Dr. Marcelo F. Gaal Vadas em seu comentário sobre o erro de digitação no nosso trabalho.

Atenciosamente,

 

Fernanda Teixeira Krieger

 


 

Uniformização das revisões de publicações científicas

 

 

Prezados Editor Chefe, Co-Editores, Editores Associados e Revisores:

É com grande orgulho que a comunidade oftalmológica acompanha a evolução dos Arquivos Brasileiros de Oftalmologia (ABO) no meio científico internacional.

O continuado esforço pelo aprimoramento da qualidade dos Arquivos tem nos processos editoriais um de seus principais alicerces. O processo de revisão editorial representa a principal função gerencial do editor chefe e seus editores associados, e, a estes, compete o recrutamento dos revisores(1). Por outro lado, os colegas revisores, têm a função primordial de assessorar o(s) autor(es) na precisão científica do trabalho que está sendo submetido a apreciação para publicação, evitando a exposição do autor a uma publicação inadequada(2).

Segundo Cartas ao Editor publicada em 2007(3). "A heterogeneidade de formação e capacitação dos revisores pode induzir a alguns vieses de publicação. E, no que tange a esta heterogeneidade, percebe-se, frequentemente, uma discrepância de critérios na avaliação dos manuscritos, dependendo do perfil de cada revisor".

Diante disto, e para demonstrar esta heterogeneidade, li artigo publicado na edição de janeiro/fevereiro de 2009 dos ABO (vol. 72, nº 1, páginas 13-7) intitulado: "Eficácia do Latanoprosta x Travoprosta avaliada pela curva diária de pressão intraocular", e gostaria de comentar sobre suas seções:

- Ao analisar o RESUMO, observamos abreviaturas constantes. Segundo as instruções aos autores dos ABO, as mesmas não devem ser usadas no título e no resumo.

- Na seção MÉTODOS, temos que alguns critérios não seguiram os requisitos uniformes sugeridos pelo "International Committee of Medical Journal Editors"(4), a saber:

1) Não foi informado o período de tempo dos prontuários selecionados.

2) A aparelhagem utilizada não foi descrita minuciosamente como: fabricante, país de origem, modelo.

3) Não foram identificados com precisão todos os fármacos usados, incluindo dosagem, vias e horário de administração.

4) Não foi esclarecido o procedimento da tonometria com detalhes suficientes para permitir a reprodução do estudo por outros pesquisadores (a medida das 6 horas foi no leito do hospital ou na casa do paciente?).

5) A curva de medida da pressão intraocular não seguiu o formato padrão da curva diária de pressão clássica(5), e, portanto, não poderia ser denominada de curva diária de pressão.

Portanto, observamos a necessidade de uniformizar as revisões, pois, diante de tantos artigos de excelente análise, nos deparamos com desvios de avaliação editorial. A uniformização seria a busca pela excelência, ganhando o leitor, os editores e os revisores, e promovendo o crescimento da oftalmologia brasileira através de sua publicação oficial.

 

REFERÊNCIAS

1. Bechara SJ. A adequação dos processos analíticos editoriais [editorial]. Arq Bras Oftalmol [Internet]. 2003 [citado 2008 Jun 19];66:1-22. Disponível em: http://www.abonet.com.br/abo/666s/edit04.pdf         

2. Goldchmit M. Os processos de decisão, normalização e revisão formal [editorial]. Arq Bras Oftalmol [Internet]. 2003 [citado 2008 Jan 12];66:1-11. Disponível em: http://www.abonet.com.br/abo/666s/edit05.pdf         

3. Bellini LP. Recompensando revisores [Cartas ao Editor]. Arq Bras Oftalmo [internet]l. 2007 [citado 2009 Jul 27];70(4):727-8. Disponível em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27492 007000400029&lng= pt&nrm=iso         

4. International Committee of Medical Journal Editors. Requisitos uniformes para manuscritos apresentados a periódicos biomédicos. Rev Saúde Pública [Internet]. 1999 [citado 2008 Jan 12];33(1):6-15. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rsp/v33n1/0018.pdf         

5. Sampaolesi R. Curva diária de presión. In: Sampaolesi R, editor. Glaucoma. 2ª ed. Buenos Aires: Médica Panamericana; 1991. p.138-47.         

 

Antonio Guilherme G. de M. Ventura*

 

 

Endereço para correspondência:
Rua Afonso Campos, 162 - Centro
Campina Grande - (PB) CEP 58400-235
E-mail: [email protected].

 

 

* Médico oftalmologista do Centro Oftalmológico da Paraíba - COP

 


 

Prezado Dr. Antonio Guilherme G. de M. Ventura,

Inicialmente, gostaríamos de agradecer-lhe pelos comentários sobre o nosso trabalho "Eficácia do Latanoprosta x Travoprosta avaliada pela curva diária de pressão intraocular". Devemos dizer-lhe que discordamos da maioria deles. Em relação às abreviaturas no RESUMO, não consta no site dos ABO que elas não devem ser usadas. Há inúmeros trabalhos nos ABO com abreviaturas nos RESUMOS. No número 3 (maio/junho de 2009) oito (47%) dos 17 trabalhos originais contêm abreviaturas. As revistas estrangeiras como o Ophthalmology também permitem abreviaturas no RESUMO. No Ophthalmology (uma das melhores revistas de Oftalmologia) de junho (número 6), 20 (77%) dos 26 trabalhos originais também contêm abreviaturas nos RESUMOS. Particularmente, defendemos a inclusão de abreviaturas no RESUMO porque ajuda sobremaneira a reduzir o número de palavras no trabalho.

Nos MÉTODOS, realmente poderíamos ter dito o período de tempo dos prontuários selecionados, o que nada acrescentaria, porém frisamos que todos os pacientes incluídos estavam usando os fármacos (todos com nome das substâncias e dosagem) há pelo menos três meses. Os fármacos utilizados foram mencionados no trabalho (inclusive por se tratarem do critério de inclusão): Travoprosta ou Latanoprosta (como monoterapia ou associados ao Maleato de Timolol), nas posologias usuais, ou seja, prostaglandinas uma vez ao dia (à noite) e Timolol de 12 em 12 horas. Ressaltamos, na página 14, que "As drogas usadas em associação estavam em frascos separados, mesmo porque ainda não existia associação fixa (num mesmo frasco) de travoprosta e maleato de timolol."

Consideramos que está bem claro como foram feitas as medidas da Po nos vários horários inclusive utilizando apenas tonômetros de aplanação sobejamente conhecidos. Reduzimos as medidas da curva diária de Po de 7 para 5 medidas, mas sempre fazendo a medida das 6 horas no leito e no escuro com o paciente deitado. Como o trabalho foi retrospectivo e de pacientes do Serviço de Glaucoma do Hospital está implícito que toda a curva foi feita no Hospital. Faz parte da rotina no Hospital São Geraldo a internação de todos os pacientes submetidos à curva diária de Po.

Cordialmente,

 

Dra. Hérika Danielle de Miranda Santos Matoso* e co-autores

 

 

Endereço para correspondência:
Rua Henrique Passini, 307/202 - Serra
Belo Horizonte (MG) CEP 30.220.380
E-mail: [email protected]

 

 

* Médica oftalmologista e especialista em glaucoma pelo Hospital São Geraldo (HC/UFMG).


Dimension

© 2024 - All rights reserved - Conselho Brasileiro de Oftalmologia