Open Access Peer-Reviewed
Editorial

Monocular surgery for large-angle esotropias: a new paradigm

Cirurgia monocular para esotropias de grande ângulo: um novo paradigma

Edmilson Gigante1; Harley E. A. Bicas2

DOI: 10.1590/S0004-27492009000100010

ABSTRACT

PURPOSE: To demonstrate the feasibility of monocular surgery in the treatment of large-angle esotropias through large recessions of the medial rectus (6 to 10 mm) and large resections of the lateral rectus (8 to 10 mm). METHODS: 46 patients were submitted to surgery. They had esotropias of 50Δor more that were relatively comitant. The patients were operated under general anesthesia and received no adjustable sutures. The methods used for refractometry, measurement of visual acuity and angle of deviation were those traditionally used in strabismology. Postoperatively, measurements in primary position (and side gaze) were carried out, along with assessments of limitations to adduction or abduction of the operated eye. RESULTS: Four groups comprised the study according to four periods of time: one week, six months, two years and four to seven years. The results for the postoperative angle of deviation were compatible with those reported in the literature, and remained stable in the folllowup. The motility of the operated eye presented a slight limitation in adduction and no limitation in abduction, contradicting the findings presented in the strabologic literature. No statistically significant differences were detected in the comparison between adults and children, neither regarding amblyopes and non-amblyopes. CONCLUSION: Monocular recession-resection surgery seems to be a valid option in the treatment of large-angle esotropias, both for adults and children, as well as for amblyopes and non-amblyopes.

Keywords: Strabismus; Esotropia; Oculomotor muscles; Refractive errors

RESUMO

OBJETIVO: Demonstrar a viabilidade da cirurgia monocular no tratamento das esotropias de grande ângulo, praticando-se amplos recuos do reto medial (6 a 10 mm) e grandes ressecções do reto lateral (8 a 10 mm). MÉTODOS: Foram operados, com anestesia geral e sem reajustes per ou pósoperatórios, 46 pacientes com esotropias de 50δ ou mais, relativamente comitantes. Os métodos utilizados para refratometria, medida da acuidade visual e do ângulo de desvio, foram os, tradicionalmente, utilizados em estrabologia. No pós-operatório, além das medidas na posição primária do olhar, foi feita uma avaliação da motilidade do olho operado, em adução e em abdução. RESULTADOS: Foram considerados quatro grupos de estudo, correspondendo a quatro períodos de tempo: uma semana, seis meses, dois anos e quatro a sete anos. Os resultados para o ângulo de desvio pós-cirúrgico foram compatíveis com os da literatura em geral e mantiveram-se estáveis ao longo do tempo. A motilidade do olho operado apresentou pequena limitação em adução e nenhuma em abdução, contrariando o encontrado na literatura estrabológica. Comparando os resultados de adultos com os de crianças e de amblíopes com não amblíopes, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre eles. CONCLUSÃO:Em face dos resultados encontrados, entende-se ser possível afirmar que a cirurgia monocular de recuo-ressecção pode ser considerada opção viável para o tratamento das esotropias de grande ângulo, tanto para adultos quanto para crianças, bem como para amblíopes e não amblíopes.

Descritores: Estrabismo; Esotropia; Músculos oculomotores; Erros de refração


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