Canan Asli Utine1,2; Gül Arıkan1; Elvan Yardım1; Üzeyir Günenç1
DOI: 10.5935/0004-2749.20230026
RESUMO
Objetivo: Descrever a frequência, as características clínicas, as complicações e o manejo do glaucoma em olhos submetidos a implantes de ceratoprótese.
Métodos: Pacientes submetidos à cirurgia de ceratoprótese entre junho de 2010 e janeiro de 2020 foram avaliados retrospectivamente em termos de glaucoma associado e prognóstico.
Resultados: Dos 17 pacientes submetidos à cirurgia de ceratoprótese, em 9 (52,9%) foi constatado glaucoma subjacente ou induzido por ceratoprótese. Cinco olhos (29,4%) tinham glaucoma subjacente e receberam a implantação de um dispositivo de drenagem de glaucoma pelo menos 6 meses antes da cirurgia de ceratoprótese. Um olho (5,9%) com pressão intraocular normal teve implantado um dispositivo de drenagem de glaucoma na mesma sessão da cirurgia de ceratoprótese, devido às características de “alto risco” das estruturas do segmento anterior. Quatro dos olhos com glaucoma preexistente apresentaram progressão após a cirurgia de ceratoprótese. Foi iniciado um tratamento antiglaucomatoso adicional em 2 olhos, enquanto outros 2 olhos receberam o implante de um segundo dispositivo de drenagem de glaucoma. Foram observadas complicações pós-operatórias em 3 olhos (100%) com dispositivo de drenagem de glaucoma implantado 6 meses antes ou na mesma sessão da cirurgia de ceratoprótese tipo afácica com vitrectomia parcial, incluindo descolamento de retina regmatogênico em 2 olhos e endoftalmite bacteriana em 1 olho. Em 1 olho observou-se migração do óleo de silicone para a área subconjuntival através do tubo após vitrectomia via pars plana. Nenhum dos 3 olhos (0%) implantados com dispositivo de drenagem de glaucoma anos antes da cirurgia de ceratoprótese apresentou complicações do segmento posterior, exceto progressão glaucomatosa. Dos 11 olhos sem história prévia de glaucoma, 3 (27,3%) apresentaram alta pressão intraocular e alterações do disco glaucomatoso após cirurgia de ceratoprótese, condições que podem ser controladas clinicamente.
Conclusões: Nesta coorte, os olhos com glaucoma pré-existente foram mais difíceis de manejar, comparados àqueles que desenvolveram glaucoma após a cirurgia de ceratoprótese. Apareceram mais complicações retinianas quando o implante do dispositivo de drenagem de glaucoma foi realizado no máximo 6 meses antes da cirurgia de ceratoprótese do tipo afácico com vitrectomia parcial.
Descritores: Glaucoma/cirurgia; Pressão intraocular; Complicação pós-operatória; Implantação de prótese; Implante para drenagem de glaucoma
ABSTRACT
Purpose: To describe the frequency, clinical characteristics, complications, and management of glaucoma in eyes that underwent keratoprosthesis implantation.
Methods: Patients who underwent keratoprosthesis surgery between June 2010 and January 2020 were retrospectively evaluated for glaucoma association and prognoses.
Results: Among 17 patients who underwent keratoprosthesis surgery, 9 (52.9%) were associated with underlying or keratoprosthesis-induced glaucoma. Five eyes (29.4%) had underlying glaucoma and underwent a glaucoma drainage device implantation at least 6 months before keratoprosthesis surgery. One eye (5.9%) with normal intraocular pressure had glaucoma drainage device implantation at the same session with keratoprosthesis surgery due to high-risk characteristics of anterior segment structures. Four eyes with preexisting glaucoma showed progression after keratoprosthesis surgery. Additional antiglaucomatous treatment was commenced in two eyes whereas implantation of 2nd glaucoma drainage device was performed in two eyes. Postoperative complications in three eyes (100%) with glaucoma drainage device implanted 6 months before or at the same session with aphakic type keratoprosthesis surgery with partial vitrectomy included rhegmatogenous retinal detachment in two eyes and bacterial endophthalmitis in one eye. Migration of silicone oil through the tube to the subconjunctival area was seen after pars plana vitrectomy in one eye. None of the three eyes (0%) that underwent glaucoma drainage device implantation years before keratoprosthesis surgery experienced a posterior segment complication other than glaucomatous progression. Out of 11 eyes with no previous history of glaucoma, 3 (27.3%) showed high intraocular pressure and glaucomatous disc changes after keratoprosthesis surgery, which could be pharmacologically controlled.
Conclusions: In this cohort, eyes with preexisting glaucoma were more difficult to manage compared to eyes with de novo glaucoma after keratoprosthesis surgery. Retinal complications appeared more often when glaucoma drainage device implantation was performed no more than 6 months before aphakic type keratoprosthesis surgery with partial vitrectomy.
Keywords: Glaucoma/surgery; Intraocular pressure; Postoperative complication; Prosthesis implantation; Glaucoma drainage implant
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