Open Access Peer-Reviewed
Editorial

Clinical and epidemiological profile of patients diagnosed and treated at the Ocular Allergy Sector at Santa Casa de São Paulo

Perfil clínico-epidemiológico de pacientes do Ambulatório de Alergia Ocular da Santa Casa de São Paulo

Denise Atique Goulart1; Dario Grechi Goulart3; Marcela Colussi Cypel5; Paulo Elias Correa Dantas1; Maria Cristina Nishiwaki-Dantas1

DOI: 10.1590/S0004-27492003000500013

ABSTRACT

PURPOSE: To establish a profile of the allergic patient based on clinical manifestations, epidemiological data, treatment response and complications of ocular allergy. METHODS: A retrospective and descriptive study, in which we analyzed data of 172 patients suffering from perennial conjunctivitis, seasonal conjunctivitis, atopic keratoconjunctivitis and vernal keratoconjunctivitis, with at least 6 months of follow-up. The study was performed at the Ocular Allergy Sector of the "Santa Casa de São Paulo". Statistical analysis was performed using variance method and qui-square test. RESULTS: The most frequent form of ocular allergy was vernal keratoconjunctivitis (n=95; 55.2%) and the male sex was predominant (n=117; 68.1%). Mean age was 111.7 years (± 8.7). Vernal keratoconjunctivitis was the disease that most impaired vision, also responsible for corneal complications in 60% of the patients (n=57). Among medications, corticosteroids were used by 21.6% (n=45) of patients and 36.8% of them had vernal keratoconjunctivitis. Disodium cromoglycate was not only the most used medication, but able to successfully control symptoms in most cases. Papilla resection with autologous transplantation had to be performed in 8 patients. CONCLUSIONS: Vernal keratoconjunctivitis showed to be the most frequent form of ocular allergy in our service. The most efficient drug in our experience seemed to be disodium cromoglycate. Corticosteroids were shown to be as potent anti-inflammatory drugs and sometimes were the only way to discontinue crises.

Keywords: Conjunctivitis, allergic; Conjunctivitis, allergic; Conjunctivitis, allergic; Keratoconjunctivitis; Disodium cromoglycate; Disodium cromoglycate

RESUMO

OBJETIVO: Traçar o perfil do paciente portador de alergia ocular baseado nos seus dados epidemiológicos, na sua resposta ao tratamento e nas complicações de sua doença. MÉTODOS: Foram analisados 172 prontuários dos pacientes com diagnóstico de ceratoconjuntivite alérgica primaveril (CCP), atópica (CCA), sazonal (CAS) e perene (CAP) e que tiveram seguimento mínimo de 6 meses no Ambulatório de Alergia Ocular do Departamento de Oftalmologia da Santa Casa de São Paulo. A análise estatística foi feita pelo método da variância e qui-quadrado. RESULTADOS: A alergia ocular mais freqüente foi a CCP (n=95; 55,2%); com predominância do sexo masculino (n=117; 68,1%). A idade média foi 11,7 anos (± 8,7 anos). Também foi a doença que mais acometeu a visão, sendo que 52,7% tiveram AV = 1,0; dos pacientes com ceratoconjuntivite atópica, 54,4% tinham AV=1,0, daqueles com conjuntivite alérgica sazonal, 75% e daqueles com conjuntivite alér-gica perene, 100% tinham AV=1,0. 96,8% dos portadores de ceratoconjuntivite alérgica primaveril apresentaram maior freqüência das crises no calor, e 91,4% dos portadores de ceratoconjuntivite alérgica atópica no frio. As alterações corneais foram mais freqüentes nos pacientes com ceratoconjuntivite alérgica primaveril, com ceratite presente em 57 pacientes (60,0%). Entre as medicações usadas, 21,6% (n=45) precisaram de corticosteróides, sendo que 36,8% destes pacientes portavam conjuntivite alérgica perene (n=35). O cromoglicato dissódico foi, dentre as demais medicações, a que em mais pacientes pareceu controlar os sintomas, com algum sucesso, em todas as formas de alergia ocular. A ressecção de papilas gigantes com transplante autólogo de conjuntiva foi feita em oito pacientes, sendo sete deles portadores de ceratoconjuntivite alérgica primaveril e um de ceratoconjuntivite alérgica atópica. CONCLUSÕES: Ceratoconjuntivite alérgica primaveril é o tipo de conjuntivite alérgica mais freqüente em nosso serviço. A droga mais eficaz na nossa experiência parece ser o cromoglicato dissódico, sendo que os corticosteróides são potentes agentes antiinflamatórios que, nestes pacientes, muitas vezes são as únicas drogas capazes de fazer cessar as crises.

Descritores: Conjuntivite alérgica; Conjuntivite alérgica; Conjuntivite alérgica; Ceratoconjuntivite; Cromoglicato dissódico; Cromoglicato dissódico


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