Open Access Peer-Reviewed
Editorial

Conjunctival autologous transplantation using fibrin glue in primary pterygium

Transplante autólogo de conjuntiva com uso de cola de fibrina em pterígios primários

Ramon Coral-Ghanem1; Renan Ferreira Oliveira3; Eduardo Furlanetto2; Marcielle Abicalaffe Ghanem2; Vinícius Coral Ghanem2

DOI: 10.1590/S0004-27492010000400010

ABSTRACT

PURPOSE: To assess the rate of recurrence and complications after primary pterygium removal with conjunctival autograft using fibrin tissue adhesive. Secondarily, to compare these results with a retrospective series that underwent the same surgery using sutures. METHODS: A hundred and six eyes of 100 patients who underwent surgery with fibrin glue were prospectively studied, while 58 eyes of 51 patients who underwent surgery with sutures were retrospectively evaluated. Data included: age, gender, eye involved, location, grade and pterygium invasion and post-operative complications. Patients were followed for at least 5 months. RESULTS: Among 106 eyes undergoing surgery with fibrin glue, 12 (11.3%) had recurrence, including 4 (3.8%) conjunctival and 8 (7.5%) corneal. Mean age was statistically inferior in the recurrence cases compared to others (mean of 34.6 vs. 43.7; P=0.033). The time for recurrence ranged from 1.6 to 13.1 months (mean of 4.4). Among the corneal recurrences, 2 eyes had invasion beyond the limbus of up to 0.5 mm and 6 eyes from 0.6 to 1.0 mm. No eye underwent reoperation. Other complications included: transitory granuloma formation in 3 cases, partial graft detachment or slippage in 3 and dellen in 1. In the suture group, 15 eyes (25.9%) had recurrence, including 8 conjunctival (13.8%) and 7 (12.1%) corneal. The time for recurrence ranged from 0.7 to 9.7 months (mean 4.5 months). The conjunctival recurrence rate was statistically inferior in the glue group compared to the suture (P=0.023), however no statistically significant difference was observed in relation to corneal recurrence (P=0.232). CONCLUSION: The use of fibrin glue as an alternative to sutures in pterygium surgery was associated with good results and few complications. Despite a decrease in conjunctival recurrence rates, this technique does not appear to significantly decrease corneal recurrences.

Keywords: Pterygium; Transplantation, autologous; Conjunctiva; Fibrin tissue adhesive; Recurrence

RESUMO

OBJETIVO: Avaliar a taxa de recidiva e complicações pós-operatórias em transplante autólogo de conjuntiva com uso de cola de fibrina para adesão do enxerto conjuntival em pterígios primários. Secundariamente, comparar os resultados obtidos aos de um grupo submetido à mesma técnica cirúrgica, com uso de suturas. MÉTODOS: Foram incluídos prospectivamente 106 olhos de 100 pacientes operados de pterígio com uso de cola de fibrina e retrospectivamente 58 olhos de 51 pacientes operados com uso de suturas. Avaliaram-se: idade, localização, grau e invasão do pterígio e complicações pós-operatórias. Os pacientes foram acompanhados por um período mínimo de cinco meses. RESULTADOS: Dentre os 106 olhos operados com uso de cola, 12 (11,3%) apresentaram recidiva, sendo 4 (3,8%) conjuntivais e 8 (7,5%) corneanas. Entre os fatores estudados, somente a idade foi estatisticamente inferior nos casos recidivados (média de 34,6 vs. 43,7; P=0,033). O tempo até a recidiva variou de 1,6 a 13,1 meses (média de 4,4). Dentre as recidivas corneanas, dois olhos apresentaram invasão além do limbo de até 0,5 mm e seis olhos de 0,6 a 1,0 mm. Nenhum olho foi submetido a reoperação. Outras complicações incluíram: formação de granuloma transitório em três casos; descolamento parcial ou retração do enxerto em três; e "dellen" em um. Dentre os 58 olhos operados com suturas, 15 (25,9%) apresentaram recidiva, sendo 8 conjuntivais (13,8%) e 7 corneanas (12,1%). O tempo até a recidiva variou de 0,7 a 9,7 meses (média de 4,5). Um caso de recidiva corneana foi reoperado com transplante de membrana amniótica. A taxa de recidiva conjuntival foi estatisticamente inferior nos casos em que se utilizou cola do que naqueles com sutura (P=0,023), porém não se observou esta diferença em relação à recidiva corneana (P=0,232). CONCLUSÃO: O uso da cola de fibrina, como método alternativo à sutura, traz bons resultados cirúrgicos e pequena incidência de complicações. Apesar de resultar em menor taxa de recidiva conjuntival, esta técnica não parece diminuir significativamente a incidência de recidiva corneana.

Descritores: Pterígio; Transplante autólogo; Conjuntiva; Adesivo tecidual de fibrina; Recidiva


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